Com seu tradicional estilo na beira da quadra, Bernardinho parece ter se encontrado novamente no comando do Brasil. Depois de uma Olimpíada frustrante, a equipe buscou renovação e surpreendeu neste início de Liga das Nações. Após oito partidas, a Seleção Brasileira tem sete vitórias, apenas uma derrota e lidera a competição de forma isolada. No entanto, nada disso convence o treinador.
Em entrevista após a vitória contra a Itália, Bernardinho pregou cautela aos jogadores e disse que a equipe não é tão boa quanto iriam dizer. Por outro lado, o treinador reconheceu o esforço e a luta do time dentro de quadra. Para ele, a seleção não é excepcional, mas compensa no espírito aguerrido dos jovens atletas que buscam um espaço na maior campeã da história do voleibol.
“Não vamos nos iludir com a vitória. Estamos satisfeitos, orgulhosos da luta, mas sabendo que há um longo caminho pela frente. É aquela história: não somos tão bons quanto vão dizer hoje. Brasil não é um time excepcional, mas é um time que luta e vai continuar crescendo“, avaliou o técnico Bernardinho antes da vitória contra a Polônia por três sets a um.
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Bernardinho do ‘velho testamento’
Ainda sem estrear na atual temporada da VNL, Lucarelli vem trabalhando nos bastidores em uma função diferente da habitual. Sem os líderes Lucão e Bruninho, o Brasil encontrou no ponteiro de 33 anos alguém para comandar os companheiros dentro e fora de quadra. Mas se engana quem pensa que o jogador está sozinho nessa. Ele tem ao lado a experiência e a irritação de Bernardinho.
Em entrevista ao portal “Uol Esporte”, Lucarelli abriu o jogo a respeito do jeito irritado de Bernardinho na beira da quadra. Nas redes sociais, a postura do treinador viralizou entre os torcedores e gerou brincadeiras sobre o retorno do ‘Velho Testamento’ na VNL. Isso porque Bernardo estava mais calmo no último ciclo olímpico. Mas o ponteiro afirmou que nada disso atrapalha os jogadores, apenas ajuda na busca pela melhora.
“Quando o jogo começa a ficar pegado, o ‘velho testamento’ volta (risos). Mas, com certeza, tem mudanças. Acho que ele, por ser muito inteligente, entendeu a necessidade do momento. As pessoas de hoje lidam com a pressão de modo diferente e precisam de outro tipo de estímulo. E ele, sendo uma pessoa que estuda e analisa muito, entendeu que o jeito mais fácil para ele chegar nos meninos é assim“, explicou Lucarelli durante a entrevista.