Bia Haddad desaprendeu a jogar tênis? Óbvio que não, mas os recentes resultados da brasileira indicam que algo grave está acontecendo. Na atual temporada, a tenista tem oito derrotas e apenas duas vitórias, sendo seis jogos seguidos com duros revezes e atuações pífias. Alguma coisa vem afetando a atleta que encantou o país e o mundo nos últimos anos. E eu poderia chutar aqui diversos motivos, mas é só Beatriz quem pode saber.
A mulher guerreira, confiante, vibrante e talentosa deu lugar a uma menina indefesa, frágil e que não consegue lidar com as adversidades do jogo. Na mais recente derrota, Bia saiu de quadra chorando após ser atropelada por Linda Fruhvirtová, uma tenista de 19 anos, no Miami Open. E as reações da brasileira indicam que algo está acontecendo. Pressão demais? Não, os olhares estão todos em João Fonseca.
Tentar descobrir o que se passa com Bia Haddad Maia chega a ser cruel com ela mesma. Ninguém a acompanha de perto, ninguém está no dia a dia para entender os detalhes das reações em quadra ou fora dela. Mas uma coisa é fato: ficar disputando torneios sem parar para analisar o momento horroroso da carreira só vai fazer a talentosa tenista sumir no mapa da modalidade e levar o tênis feminino para um lugar que não queremos voltar.
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Que a Beatriz assuma o lugar da Bia Haddad
Chegou a hora de a Beatriz tomar a frente das decisões. Não a Bia Haddad. A tenista Bia Haddad vai querer seguir jogando. Talvez por não querer reconhecer suas fraquezas e expor a frágil mentalidade. Mas um clichê bastante conhecido pode ser usado neste caso. Os grandes campeões são aqueles que batem no peito, assumem suas dificuldades, evoluem como atleta e ser humano e voltam para fazer aquilo que mais amam.
Só assim a Bia Haddad pode retomar o caminho das vitórias. Quando a Beatriz estiver bem. E claramente isso não está acontecendo. Olhar o todo também é importante. O técnico Rafael Paciaroni e o staff da brasileira já a fizeram brilhar em Roland Garros. Seriam eles os responsáveis pelo péssimo momento? Não sei dizer, mas sei que algo está afetando aquela mulher que se tornou a maior tenista brasileira depois de Maria Esther Bueno.
Bia não pode deixar as coisas como estão. As declarações após a derrota na estreia do Miami Open indicam que ela ainda não percebeu que algo precisa ser feito. Dizer que é uma luta contra ela mesma é um pouco óbvio. Mas Beatriz vai ter que encarar o problema de frente, chorar o que tiver chorar, se afastar das quadras se for o caso, mas a decisão está nas mãos dela, aquelas que um dia a fizeram encantar todo o país.