Nesta quarta-feira, 09, a suspensão de seis jornalistas da ESPN gerou burburinho nas redes sociais. O elenco do programa ‘Linha de Passe’ sofreu a penalidade pouco tempo após criticar a CBF de Ednaldo Rodrigues, o que, como esperado, gerou acusações de censura por parte do órgão.
A emissora ainda não se pronunciou de maneira oficial sobre o caso. Independentemente dos motivos, o episódio vem em um timing específico, na mesma semana em que João Paulo Cappellanes, da Band, se tornou réu em um processo movido por Ednaldo no ano passado. O motivo? Tê-lo chamado de “frouxo”.
Infelizmente, precisamos levar o debate mais a sério: o exercício do jornalismo livre na imprensa esportiva está em xeque? Até onde as críticas são válidas? Como vamos exercer o dever da comunicação pública com medo de parar na Justiça?
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É preciso colocar os pingos nos i’s. O jornalismo expositivo é construído com fatos, embasamento, apuração. E, nesse sentido, a revista Piauí fez o seu trabalho expondo escândalos do presidente à frente da CBF com dados. Já entre os comentaristas, o posicionamento pessoal também é válido, desde que construído sobre os alicerces da informação.
Ednaldo e o órgão máximo do futebol no país, hoje, fazem por merecer. Os desvios se traduzem em uma gestão omissa, bagunçada e preocupante aos olhos do fã de esportes. E, claro, é mais conveniente empurrar a sujeira para debaixo do tapete do que arrumar a casa. Mais processos e ‘cala-bocas’ velados e menos ações efetivas para recolocar o futebol nacional nos trilhos; se é que um dia ele esteve lá.
Que a CBF aceite o papel do jornalista de uma vez
O jornalismo esportivo tem o direito de se revoltar. Perguntamos, cutucamos, alfinetamos, tudo em nome da verdade e da possibilidade de mudá-la através de sua revelação. Esse cenário é desejado também sem a pretensão de receber uma chamada de telefone para ‘segurar a onda’ no que é pautado.
Dito isso, o jornalismo de verdade publica o que os grandes figurões não querem que vá a público. O resto é marketing ou assessoria de imprensa desonesta.