A rivalidade entre a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU) tem dominado os debates sobre o futuro dos direitos de transmissão do Brasileirão, com cada grupo buscando consolidar sua presença e garantir receitas para seus clubes associados.
Fundadas com o objetivo de organizar uma liga única para as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, as duas organizações acabaram seguindo caminhos distintos, cada uma com seus próprios investidores e estratégias comerciais.
🚨 | Brasileirão 2025
Globo quer fechar com a Liga Forte União (LFU) para transmitir jogos da Série A no Premiere. 📺 Na TV aberta, o contrato já é com a Record, e a Globo garante exclusividade para as partidas da Libra.
🔹 Times LFU na Série A: Vasco, Corinthians,… pic.twitter.com/QVA0GTyQS6
— Podcast Cruzmaltino (@PodCruzmaltino) November 1, 2024
Valores e direitos de transmissão são os principais empecilhos entre Libra e LFU
A Libra, que conta com clubes como Atlético-MG, Flamengo, Palmeiras e Grêmio, firmou um acordo com a Rede Globo que garante a transmissão das partidas de seus membros de 2025 a 2029. Com um valor anual de R$ 1,17 bilhão, o contrato prevê um total de R$ 5,85 bilhões ao longo de cinco anos. No entanto, esse montante pode ser reduzido em 11% caso a Libra tenha menos de nove clubes da Série A no próximo ano. Além disso, o acordo inclui um repasse de 40% das receitas geradas pelo pay-per-view (Premiere), embora sem um valor exato divulgado.
A LFU, que reúne equipes como Corinthians, Botafogo, Fluminense e Vasco, fechou, recentemente, para que a Record transmita as partidas dos clubes membros a partir do ano que vem. Representada pela agência Livemode, a LFU também planeja negociar pacotes de transmissão com plataformas de streaming, estimando uma receita anual de até R$ 1,7 bilhão. Além disso, um acordo com a Life Capital Partners, de R$ 2,6 bilhões, garantiu investimentos até 2025, com retorno de 20% dos lucros aos investidores e 80% distribuídos entre os clubes da liga.
Dirigentes criticam divisão
A polarização entre Libra e LFU tem gerado críticas de figuras influentes no futebol brasileiro. Pedro Lourenço, gestor do Cruzeiro, e Rubens Menin, do Atlético-MG, apontam a divisão como prejudicial para o crescimento do esporte. “Cadê união para ter uma liga só? (…) Hoje estamos na Forte e o Menin na Libra. Teria que ter uma só”, destacou Lourenço. Menin compartilha a visão, lamentando a fragmentação: “Quem está ganhando dinheiro com as duas ligas? Claro que não é Atlético nem Cruzeiro.”
Consequência no mundo dos games
A união das ligas também é vista como essencial para o licenciamento em plataformas internacionais de jogos. Segundo David Jackson, vice-presidente da EA Sports FC, a inclusão do Brasileirão em seus jogos depende da criação de uma liga unificada. “Sem essa estrutura organizada, a empresa prefere evitar negociações diretas e individualizadas”, afirmou Jackson.
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