Imane Khelif foi medalhista de ouro no boxe feminino, na categoria até 66 kg. Porém, a boxeadora argelina apareceu nos holofotes da imprensa internacional antes mesmo da conquista na Olimpíada de Paris, mas por uma polêmica criada em cima de informações falsas sobre seu gênero.
Durante os Jogos Olímpicos, a boxeadora sofreu diversos ataques, de líderes e pessoas famosas, inclusive, por conta de uma informação falsa que indicava que ela era uma mulher transgênero. O escândalo começou por uma decisão IBA, Associação Internacional de Boxe, que a desclassificou do campeonato mundial de 2023 após ter sido reprovada em um teste de gênero.
De acordo com o teste feito pela organização, Khelif tinha uma descompensação hormonal, que indicava ela como uma mulher transgênero. A questão é que a argelina é cis gênero, foi desclassificada de forma errônea e acabou sendo atacada de diversas maneiras. Assim, ao chegar na Olimpíada de Paris, os julgamentos sobre a argelina foram retomados.
Após ser campeã olímpica e ultrapassar por todos esses percalços, a boxeadora falou sobre os comentários negativos que recebeu de pessoas relevantes no cenário mundial. “Comentários de Elon Musk, [Donald] Trump e outras personalidades me afetaram. Eles não têm o direito de dizer que sou transgênero”, disse a atleta, em entrevista à ‘El Bilad TV’, emissora argelina.
“Sinceramente, não gosto de misturar política com esporte. Esporte e política são duas coisas distintas e alguns políticos têm sido injustos comigo. Eles não têm o direito de dizer que sou transgênero. Isto é um grande insulto à minha família, à honra da minha família, à honra da Argélia, às mulheres da Argélia e especialmente ao mundo árabe”, completou a campeã olímpica.