Fabiana Claudino foi uma jogadora de vôlei que entrou para a história dos Jogos Olímpicos. Com quatro edições disputadas e dois ouros faturados, em Pequim e Londres, a ex-central anunciou sua aposentadoria recentemente, em 2024. Aos 39 anos, a bicampeã olímpica relembrou os principais momentos de sua carreira em entrevista exclusiva ao SportBuzz.
Capitã em Londres-2012 e Rio-2016, Fabi foi um prodígio do vôlei brasileiro na última década. Carregando responsabilidades desde muito jovem, a ex-central participou dos momentos mais gloriosos da seleção feminina, mas também sofreu com uma derrocada inesperada. Do choro de alegria às lágrimas de tristeza.
Das conquistas à queda no Rio de Janeiro
Em 2004, com apenas 18 anos, Fabiana Claudino fez sua estreia em Jogos Olímpicos, em Atenas. “Sabe quando você está ali, mas, ao mesmo tempo, eu não entendia muito, porque eu era muito nova. Só de estar ali, era uma felicidade muito grande. Depois eu entendi o peso de vestir a camisa da seleção brasileira, o peso de você representar o seu país e você ser realmente uma atleta profissional”, revelou.
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Após a queda em território grego, a seleção brasileira passou por um período de muito treinamento. Em busca da primeira medalha no vôlei de quadra feminino, a equipe treinada por José Roberto Guimarães protagonizou a maior campanha da história da modalidade. Em oito jogos, o Brasil teve 100% de aproveitamento. Mais do que isso, o time perdeu apenas um set, justamente contra os Estados Unidos, na grande final.
Fabi classificou a sintonia daquele grupo como “balé”, mas destacou a importância daquela conquista como uma resposta. “A nossa equipe era dúvida, era taxada de ‘amarelona’, porque a gente estava ali perto e batia na trave. Sempre em segundo, terceiro. Naquela época, o segundo e um terceiro não era tratado da forma que é hoje”, desabafou a ex-atleta.

Em Londres-2012, Fabiana Claudino participou de mais uma conquista, dessa vez com capitã da seleção brasileira, uma responsabilidade imensa que lidou muito bem. Apesar do título, a campanha na capital inglesa foi conturbada, com uma primeira fase muito complicada e uma classificação na quarta colocação. Em duelo com a Rússia, apontada como favorita naquele momento, o time de Zé Roberto Guimarães promoveu uma virada histórica.
“A única coisa que eu poderia naquele momento, como capitã, na frente daquele grupo, tanto das meninas e da comissão técnica, é fazer todo mundo acreditar no que a gente poderia fazer. (…) O Zé Roberto também teve um papel muito importante ali naquele momento e nos unimos. Depois que a gente passou por aquele momento contra a Rússia, uma olhava para outra e falava: ‘Não tem nada perdido, ninguém tira essa medalha'”, contou.

Porém, em 2016, ainda na posição de líder, a ex-central teve que digerir a derrota mais dolorosa da sua vida, a eliminação olímpica em casa, no Rio de Janeiro. “Foi um processo bem difícil, vou falar que demorou alguns anos para poder entender. A gente queria mais uma medalha e sabíamos que tínhamos condições totais. Além disso, já tinha na minha cabeça que era minha fase final na seleção, então queria encerrar aquele período com mais uma medalha”, comentou Fabi.

A mamãe (e aposentada) Fabiana Claudino
Apesar dessa despedida olímpica complicada, a ex-jogadora guarda os grandes momentos que viveu em quadra. E agora, já aposentada, quer aproveitar o seu tempo com o filho Asaf, de apenas três anos. Adaptada a uma rotina mais flexível, Fabiana Claudino vive mais um sonho, mas não em quadra: a maternidade.
“Não foi uma decisão fácil (se aposentar), até porque a minha vida inteira eu vivi pelo voleibol, dentro das quadras, respirando aquilo ali o tempo inteiro, 100%. Então agora, muda o cenário completamente, mas, ao mesmo tempo, como agora eu sou mãe, eu consigo aproveitar mais tempo com o meu filho, mais tempo com os meus pais, com meu esposo. Estou curtindo essa vida”, completou a bicampeã olímpica.
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