Neste domingo, 31, o site “Globo Esporte” informou que o diretor de vôlei do Minas Tênis Clube, Elói Lacerda de Oliveira, afirmou em um áudio que Maurício Souza não foi demitido do clube por conta da homofobia. O dirigente informa que o clube foi “obrigado a dispensar” o central para proteger tanto o clube como o jogador.
“Ele não foi mandado embora porque ele é homofóbico, porque ele não é homofóbico. O que ele falou foi uma declaração pessoal dele. Ele foi mandado embora para a proteção dele. E ele recebeu integralmente o salário dele e a proteção do Minas”, disse o dirigente no áudio.
A publicação ainda destaca que em contato com o Minas Tênis Clube, o time informou que não vai mais se pronunciar sobre o caso de homofobia envolvendo Maurício Souza, mas a reportagem afirma que conseguiu confirmar que a voz que fala no áudio é mesmo de Elói Lacerda de Oliveira.
Na última quarta-feira, 27, o Minas confirmou que o contrato com o jogador foi rescindido, em decisão tomada depois da repercussão das postagens de teor homofóbico realizadas pelo atleta nas redes sociais. O jogador estava afastado das atividades desde a terça-feira, 26, e segundo o clube, ainda tinha recebido uma multa.
Todas essas ações aconteceram depois da pressão de torcedores e também de comunicados dos patrocinadores, que cobraram um posicionamento em relação às postagens do jogador. A publicação ainda diz que não houve um consenso dentro do Minas sobre a demissão de Maurício, e no áudio, o diretor de vôlei deixa claro seu posicionamento em relação a ele.
“Nós fomos obrigados a dispensar o Maurício, se não ele seria destruído, tá? E que todos saibam que nós pagamos o contrato dele integral até maio. Ele não ficou desamparado. Ele recebeu o salário dele todo antecipado e nós fizemos isso porque nós não tivemos apoio”, disse o dirigente.
Na sequência, Elói Lacerda de Oliveira diz que a comunidade LGBTQIA+ é radical. Na sexta-feira, 5, um grupo de 20 parlamentares, que representam causas LGBTQIA+, protocolaram uma representação no Ministério Público de Minas Gerais contra Maurício Souza. Além disso, os parlamentares notificaram o Facebook, solicitando uma reunião para tratar dos posts homofóbicos do jogador no Instagram.
Entre os pedidos, os parlamentares querem que seja aberta uma ação penal pública contra o jogador por incitação do preconceito e discriminação homotransfóbica, pedindo ainda uma indenização por dano moral coletivo a partir de R$ 50 mil e a exclusão das postagens homofóbicas das redes de Maurício Souza.