A cada torneio que disputa, Jannik Sinner escreve novos capítulos na história do tênis. Com uma vitória convincente por 6-3, 7-6 (7-4) e 6-3 sobre Alexander Zverev, o número 1 do mundo conquistou seu terceiro título de Grand Slam ao levantar o troféu do Australian Open. O feito o torna o primeiro italiano a alcançar esse marco, consolidando sua posição como um dos grandes nomes da modalidade.
Aos 23 anos, Sinner iniciou a temporada de 2025 com o mesmo desempenho impecável que marcou o final de 2024, ampliando sua sequência invicta para 21 partidas. No entanto, sua trajetória de sucesso dentro das quadras contrasta com a incerteza em torno de seu futuro devido a uma disputa judicial relacionada a doping.
Reconhecimento e projeção no cenário mundial
“Sinner, se já não for, será um dos maiores jogadores que já vimos”, afirmou o ex-campeão de Wimbledon Pat Cash à BBC Radio 5 Live. “Ele está em uma era em que acabamos de perder uma geração de campeões – então, quantos Grand Slams ele pode conquistar?”
Antes de se tornar o jogador mais jovem desde 1993 a vencer dois títulos consecutivos do Australian Open, seus treinadores, Simone Vagnozzi e Darren Cahill, destacaram que a maturidade foi fundamental para seu progresso.
“Ele tem apenas 23 anos, mas, às vezes, parece muito mais velho e mais sábio do que nós. Ele amadureceu não apenas dentro das quadras, mas também fora delas”, elogiou Cahill, que já treinou lendas como Andre Agassi e Andy Murray.
Taking this trophy home for a second time feels absolutely unreal!!!! ❤️❤️❤️❤️❤️ To my team and all of you who’ve cheered me on from every corner of the world – thank you! Huge respect to @AlexZverev for an incredible match 🤝🏻🤝🏻🤝🏻🇦🇺 @AustralianOpen pic.twitter.com/uWwH0PRxxg
— Jannik Sinner (@janniksin) January 26, 2025
Técnica, consistência e preparo físico de elite
Com 1,91m de altura, Sinner combina agilidade e resistência impressionantes, além de uma evolução técnica notável. Seu saque foi um dos grandes destaques de 2024: o italiano venceu 91,4% dos games de serviço e somou 563 aces, um aumento de 29% em relação a 2023 e mais de 50% em comparação a 2022.
Além disso, ele liderou o circuito em pontos ganhos com o segundo saque (57,9%) e se destacou ao não enfrentar nenhum break point na final contra Zverev – feito raro nos últimos 35 anos em finais de Grand Slam.
Sua capacidade de performar sob pressão também chama a atenção: Sinner salvou 73,7% dos break points enfrentados em 2024 e terminou em segundo lugar no ranking de tie-breaks vencidos, com 75%.
Ao comentar sua rotina pré-jogo, o italiano revelou o impacto do descanso em seu desempenho. “Costumo ficar bem relaxado até 20 minutos antes da partida. Tento dormir o máximo possível. Dormi cerca de 10 horas antes da terceira rodada. Espero acordar quando for necessário”, brincou.
O que o futuro reserva para Sinner?
Apesar do domínio nas quadras, Sinner enfrenta incertezas fora delas. Em março de 2024, ele testou positivo para clostebol, substância proibida, mas foi inocentado por um tribunal independente. Contudo, a Agência Mundial Antidoping (WADA) recorreu da decisão e busca uma suspensão de um a dois anos no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS).
A audiência está marcada para os dias 16 e 17 de abril, pouco mais de cinco semanas antes de Roland Garros, o segundo Grand Slam do ano. Ainda não se sabe se o veredito será divulgado antes do torneio.
Jannik Sinner says if he knew he were guilty of intentionally doping, he would not be able to play like this:
“I keep playing like this because I have a clear mind on what happened. If I knew I was guilty, I would not play like this, and that’s it.”
— The Tennis Letter (@TheTennisLetter) January 26, 2025
“Eu acho que o Jannik gosta dessa situação, desse ponto de pressão, de estar em uma tempestade, em um momento difícil. É nesses momentos que ele joga seu melhor tênis”, destacou o treinador Vagnozzi.
A ex-tenista Annabel Croft também elogiou a resiliência mental de Sinner. “Há muita coisa acontecendo ao redor dele, mas é admirável como ele coloca tudo de lado e foca em um ponto, um dia de cada vez.”