Uma queda nunca é sinal de derrota para o surfista André Pássaro. Carioca de 36 anos, ele vem se destacando ao se aventurar mundo afora ao pegar ondas gigantes como as do Havaí e Nazaré, Portugal, onde esteve na temporada 2022.
Morador de Rio das Ostras desde os cinco anos, o freesurfer deixa novamente a baixada litorânea e o Norte Fluminense neste final de 2023 para encarar as ondas de mais de 20 metros de altura de Honolulu, no Havaí, conhecida internacionalmente como a meca do surfe. Ele viaja dia 20 de dezembro e passa um mês fora do Brasil.
Quedas fazem parte de sua história. Uma delas, inclusive, o deixou famoso. Como sua relação com ondas gigantes é algo recente – ele surfa desde criança, com 8 anos, quando ganhou sua prancha velha, doada na cidade –, André não tem medo de altura, tampouco de onda.
Em outubro de 2021, Pássaro foi considerado um sortudo (ou azarão?) pelo grupo Gigantes de Nazaré, após viver um acontecimento perigoso, em Itacoatiara, Niterói, Estado do Rio de Janeiro, que lhe rendeu o Prêmio Gigantes do Brasil de pior “vaca” (queda da prancha) da temporada.
É sua segunda ida ao Havaí e as lembranças também incluem uma queda, que lhe provocou ferimentos leves, mas que ficaram marcados em sua memória. “Já me machuquei lá e sei os riscos que o Hawaii oferece, mas são ossos do ofício. Bati com o rosto num coral em 2020 e isso me deu boas lembranças”, brinca o atleta, que não vai competir profissionalmente, mas quer conquistar mais uma etapa de sua trajetória no esporte, seja com prêmio ou apenas adquirindo experiência. Seus objetivos são aperfeiçoamentos, superação e, por que não, diversão.
“Estive lá ano retrasado, na temporada 2021/2022. Ao mesmo tempo que são perfeitas, as ondas no Havaí também são muito perigosas, pois lá o fundo é de coral, são ondas pesadas nas praias de Pipeline, Off the Wall, Sunset e Waimea, que são as minhas ondas favoritas! Em Pipe, quando quebra grande, as ondas podem chegar até 20 pés; Waimea, 30 pés; então são ondas que podem tornar o sonho de surfista um pesadelo se você levar um caldo muito forte! Mas mesmo assim eu sempre procuro surfar as maiores ondas!”, conta ele, revelando sua personalidade aventureira.
A experiência vai muito além do esporte, atingindo também um nível psicológico. “São ondas que realmente testam o nosso psicológico, mas eu gosto disso, posso até não descer a maior, mas só de estar ali com os melhores surfistas do mundo, já fico muito feliz! Mas quando vem a rainha pra gente, a maior onda, eu agradeço muito”, conta, aos risos, o freesurfer, atleta que surfa única e exclusivamente por hobby e, obviamente, produzir conteúdos de mídia.