Valentina Petrillo se tornou nesta segunda-feira, 2, a primeira atleta transgênero a competir em uma Paralimpíada. Aos 50 anos, a italiana disputou as classificatórias dos 400m T12 (categoria para pessoas com baixa visão) e avançou às semifinais com um tempo de 58s35, alcançando a sexta posição. Ela ainda busca uma vaga na final, que será disputada hoje às 15h43 (horário de Brasília).
Em um dia histórico para o esporte e para a comunidade transgênero, Valentina comemorou a estreia: “Para mim, é a realização da história. Estamos aqui hoje, em 2 de setembro de 2024. Vamos marcar isso como um dia histórico. Deste dia em diante, não quero mais ouvir falar sobre discriminação ou preconceito contra pessoas trans. Agora eu consegui, então todos nós podemos conseguir, se eu consegui, eu fiz minha pequena parte. É um sonho se tornando realidade“.
Valentina Petrillo na Paralimpíada de Paris 2024
Valentina Petrillo passou pelo processo de transição em 2019 e foi aprovada tanto pelo Comitê Paralímpico Internacional quanto pela Federação Internacional de Atletismo Paralímpico para competir nos Jogos de Paris 2024. Ela foi diagnosticada com a doença de Stargardt aos 14 anos, uma condição que afeta a visão central, dificultando a percepção de detalhes e cores. Hoje, Valentina conta apenas com 1/50 da visão normal.
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Antes da transição, Valentina competia profissionalmente na categoria masculina e acumulava uma carreira vitoriosa com 11 títulos italianos. Após sua transição, a atleta quase conseguiu a classificação para a Paralimpíada de Tóquio em 2021. Em 2023, a velocista conquistou bronze em duas provas no Mundial de Atletismo Paralímpico.
Quem é Valentina?
Valentina Petrillo é uma atleta italiana de 50 anos que, após sua transição em 2019, ganhou notoriedade por ser uma defensora ferrenha dos direitos das pessoas transgênero. Sua jornada no atletismo começou antes da transição, onde mostrou grande talento e acumulou títulos nacionais. No entanto, sua história de superação e resiliência não se limita apenas ao esporte. Valentina representa um símbolo de esperança e inclusão para muitos.
Na Paralimpíada de Paris 2024, Valentina não só competiu como também inspirou muitos ao redor do mundo. Sua mensagem é clara: “Há muitas pessoas morrendo apenas por serem trans, pessoas são mortas porque são trans, pessoas cometem suicídio porque são trans e perdem seus empregos, ou elas não são incluídas no esporte. Mas eu consegui. Se eu consegui, todos podem conseguir“.