Qual a distância para a glória? Para alguns, é impossível. Para as meninas do Valkyrias Flag Football, pode-se dizer que é de quase quatro mil milhas. Esse é o espaço entre Manaus, no Amazonas, até Piedade, no interior de São Paulo. O local que foi palco da Super Final da Copa do Brasil de Flag Football.
A competição foi decidida no último final de semana. Após a fase regional, 16 participantes foram até Piedade para decisão. Presente no Grupo C, as Valkyrias venceram os jogos realizados no sábado (27), pela fase de grupos. No domingo (28), o caminho começou com um duelo contra o América Bulls e a vitória foi de forma dominante, pelo placar de 41 a 13. Na semifinal, bem mais equilibrado, e vencido com muita luta: 9 a 8 contra o Vasco Almirantes.
Na decisão, as guerreiras amazonenses ficaram frente a frente com a equipe paulista Phoenix. E o título veio por 21 a 0. Seis jogos e 100% de aproveitamento. Distância superada, objetivo conquistado. “A nossa ficha ainda não caiu. Tem horas que olhamos umas para as outras e falamos: ‘meu Deus, somos campeãs brasileiras!’ Obviamente, lutamos muito para conquistar tudo isso, o sonho existia há dez anos e agora veio”, declarou a quarterback do time, Kricia Cavalcanti.
Ela ainda destacou o desempenho durante a Super Final. “Nossa defesa foi simplesmente perfeita. Tivemos mais de 15 interceptações, várias pick six, cerca de quatro sacks. Nosso ataque jogou com enorme sintonia e destreza”, destaca. O terceiro lugar na Super Final da Copa do Brasil de Flag Football ficou com o Vasco, enquanto o Desterro Atlantis ficou em quarto lugar.
Os desafios para conquistar o Brasil
Cirurgiã dentista, Cavalcanti destaca que conheceu o esporte em um intercâmbio que fez no Canadá, em 2009, e se encantou pela modalidade. Após a conquista, fez questão de ressaltar o esforço de todas as suas companheiras para conciliar suas carreiras profissionais com os treinos.
“Sou cirurgiã dentista e, assim como as outras meninas, tenho uma carga de trabalho intensa. Cerca de dez horas por dia e, muitas vezes, saio do consultório direto para o treino. Eles começam às 22 horas e terminam meia noite, justamente para facilitar para quem trabalha”, explica. “Treinamos em um campo de terra batida, duas vezes na semana e em um campo gramado aos domingos. Fora isso, temos atletas envolvidas em outros esportes, como futebol e futsal”, revela.
Segundo a jogadora, o grande desafio para a viagem é o que dificulta muitas vezes o esporte amador no Brasil: o lado financeiro para custear as despesas. “A viagem foi tranquila, a maioria chegou na quinta-feira, até para tentar acostumar um pouco com a temperatura, que é muito diferente de Manaus. Foram três horas e meia de avião até Guarulhos e depois mais duas horas e meia de ônibus até Piedade”, salienta.
“Como sempre, o principal desafio foi o financeiro, que é basicamente o mesmo para todos os times. Não temos patrocinador, tudo saiu do nosso bolso. Mas usamos como combustível para buscar o título”, completou. Kricia passou por outros clubes da capital amazonense, como os Cavaliers e os Raptors e, em 2017, passou a fazer parte das Valkyrias, que foi fundada em novembro de 2012. Confira abaixo como ficou na classificação da Super Final da Copa do Brasil Feminina de Flag:
1ª Valkyrias
2ª Phoenix
3ª Vasco Almirantes
4ª Desterro Atlantis
5ª Cobrarés
6ª Bandeira Locais
7ª América Bulls
8ª Remo Lions
9ª Piedade Hainus
10ª. Portuguesa FA
11ª. Goiânia Caipiras
12ª Brasília Selvagens
13ª Fox Flag
14ª Boa Vista Nornas
15ª Grandes Cavaleiros
16ª Víboras de Sorocaba