O Comitê Olímpico Internacional (COI) manifestou recentemente seu descontentamento com a prática de conceder prêmios em dinheiro adotada por algumas federações esportivas. Em especial, a Federação Internacional de Atletismo, conhecida como World Athletics, anunciou um bônus financeiro para campeões olímpicos nos Jogos de Paris, fixado em 50 mil dólares, aproximadamente 303 mil reais.
De acordo com Mark Adams, porta-voz do COI, essa iniciativa vai contra a missão do Comitê de que os Jogos Olímpicos permaneçam como uma plataforma inclusiva e não elitista. A preocupação é que o foco em recompensas monetárias possa ofuscar o espírito esportivo puro e os valores fundamentais dos Jogos.
Impactos dos prêmios em dinheiro nos jogos Olímpicos
A discussão sobre premiações financeiras aos atletas nas Olimpíadas gerou várias opiniões. Durante o mandato de Thomas Bach, o presidente do COI defendeu a autonomia dos comitês olímpicos nacionais e patrocinadores na decisão sobre incentivos financeiros, crendo que isso impede que federações esportivas imponham diretrizes desalinhadas com os objetivos dos Jogos Olímpicos.
Há também receios de que tal prática possa criar desigualdades entre esportes e seus atletas, favorecendo esportes mais bem financiados em detrimento daqueles com menos suporte financeiro.
Países que mais recompensam seus medalhistas
Apesar das reservas do COI sobre premiações financeiras, vários países reconhecem seus campeões olímpicos com recompensas generosas. Os principais países que mais oferecem prêmios para medalhistas de ouro são:
- Hong Kong: US$ 768 mil (cerca de R$ 4,1 milhões)
- Israel: US$ 275 mil (cerca de R$ 1,46 milhão)
- Sérvia: US$ 218 mil (cerca de R$ 1,2 milhão)
- Malásia: US$ 214 mil (cerca de R$ 1,14 milhão)
- Itália: US$ 196 mil (cerca de R$ 1,03 milhão)
- Lituânia: US$ 182 mil (cerca de R$ 965 mil)
- Moldávia: US$ 171 mil (cerca de R$ 906 mil)
- Letônia: US$ 155 mil (cerca de R$ 817 mil)
- Hungria: US$ 154 mil (cerca de R$ 816 mil)
- Bulgária: US$ 139 mil (cerca de R$ 737 mil)
Recompensas do Brasil para seus atletas Olímpicos
No Brasil, os atletas que participaram das Olimpíadas de Paris em 2024 também receberam prêmios em dinheiro. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) distribuiu prêmios para reconhecer seus desempenhos. Rebeca Andrade, que se destacou com quatro medalhas, foi a mais premiada, acumulando R$ 826 mil.
Outras atletas premiadas incluem Beatriz Souza, com R$ 392 mil, e as campeãs de vôlei de praia Ana Patrícia e Duda, que receberam R$ 350 mil cada. Esses valores demonstram o incentivo do Brasil para motivar seus talentos a atingirem novos patamares.
O futuro das premiações nas Olimpíadas
Com as Olimpíadas de Los Angeles de 2028 se aproximando, o debate sobre recompensas financeiras deve continuar a evoluir. Eventuais novas diretrizes e regulamentações do COI podem moldar o futuro dessas premiações. Os organizadores deverão equilibrar a manutenção do espírito olímpico com a valorização do esforço e dedicação dos atletas através de incentivos adequados.