O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcará presença no Super Bowl neste fim de semana, tornando-se o primeiro líder em exercício do país a assistir ao evento esportivo mais popular da América. A decisão vem em um momento de grande tensão política e debate sobre diversidade e segurança.
Kansas City Chiefs e Philadelphia Eagles se enfrentam neste domingo no Caesars Superdome, em Nova Orleans, na grande final da NFL. O evento ocorre em meio a um clima de luto na cidade, que foi palco de um ataque terrorista no Dia de Ano Novo, deixando 14 mortos na Bourbon Street.
Trump, que assumiu seu segundo mandato em janeiro ao ser empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, nunca escondeu suas opiniões polêmicas sobre a NFL. Ao longo de sua carreira política, criticou veementemente o comissário da liga, Roger Goodell, e questionou o patriotismo dos jogadores que se ajoelharam durante o hino nacional como forma de protesto contra a injustiça racial.
VIDEO: President Donald Trump on who he thinks will win the #Eagles – #Chiefs Super Bowl.
Reporter: Who’s going to win The Super Bowl?
Trump: “I don’t want to say but there’s a certain quarterback that seems to be a pretty good winner”
— MLFootball (@_MLFootball) February 5, 2025
Medidas de segurança reforçadas
A histórica presença de Trump no Super Bowl levou a um esquema de segurança sem precedentes. “As medidas de segurança foram reforçadas este ano, dado que esta será a primeira vez que um presidente em exercício dos Estados Unidos comparecerá ao evento”, declarou Anthony Guglielmi, porta-voz do Serviço Secreto.
Já a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, destacou a magnitude do evento: “O Super Bowl é o maior evento de segurança interna que realizamos todos os anos”.
Mudança nas mensagens contra o racismo gera debate
O Super Bowl 2025 será o primeiro em quatro anos a não exibir a mensagem “Fim do Racismo” nas end zones. Em seu lugar, a liga optou por utilizar a frase “Escolha o Amor”. A decisão gerou questionamentos sobre um possível reflexo do atual momento político.
“O Super Bowl é frequentemente um reflexo do momento em que vivemos, e a NFL está em uma posição única para capturar e inspirar a imaginação do país”, explicou Brian McCarthy, porta-voz da liga, à AFP. Segundo ele, a escolha de “Escolha o Amor” está relacionada a tragédias recentes, como os incêndios na Califórnia, o ataque terrorista em Nova Orleans e acidentes aéreos em Washington e Filadélfia.
Roger Goodell, comissário da NFL, reafirmou o compromisso da liga com a inclusão. “Acredito que já provamos a nós mesmos que isso torna a NFL melhor“, afirmou. “Não estamos nisso porque é uma tendência entrar ou sair. Nossos esforços são fundamentais para atrair os melhores talentos possíveis para a NFL, tanto dentro quanto fora de campo”.
Presidentes dos EUA e o Super Bowl
Desde sua criação em 1967, o Super Bowl tornou-se o evento esportivo mais assistido dos Estados Unidos. A edição de 2024, na qual o Kansas City Chiefs conquistou o título, registrou uma audiência recorde de 123,4 milhões de espectadores, sendo a maior transmissão televisiva no país desde a chegada do homem à Lua, em 1969.
A relação entre presidentes americanos e o Super Bowl tem histórico. Em 1985, Ronald Reagan realizou o sorteio da moeda via satélite da Casa Branca. George W. Bush, em 2004, inaugurou a tradição de conceder uma entrevista pré-jogo à emissora oficial. Barack Obama manteve a prática, enquanto Joe Biden recusou conceder entrevistas nos últimos dois anos de seu mandato.