O salário de Gui Santos no Golden State Warriors é um reflexo de sua jornada como um jovem prospecto internacional desenvolvido dentro da organização. Após ser draftado em 2022 e passar tempo na G-League, o ala-pivô brasileiro assinou um contrato padrão da NBA que o coloca no patamar inicial de jogadores em desenvolvimento. Este artigo detalha os valores, a estrutura do contrato e o que o futuro financeiro pode reservar para o talento de Brasília.
Como Gui Santos foi parar no Golden State Warriors?
A trajetória de Gui Santos para os Warriors começou longe dos holofotes da NBA. Nascido em Brasília, ele se destacou nas categorias de base do Clube de Regatas do Flamengo antes de fazer a transição para o time profissional. Sua performance no Basketball Without Borders e em torneios internacionais chamou a atenção de olheiros. Em 2022, o Golden State Warriors selecionou Gui Santos como a 55ª escolha geral no NBA Draft, uma pick normalmente destinada a projetos de longo prazo.
A filosofia dos Warriors, sob a gestão do general manager Bob Myers (e posteriormente Mike Dunleavy Jr.), sempre foi investir no desenvolvimento de talentos brutos, especialmente com picks da segunda rodada. Eles viram em Santos um jogador jovem, atlético e com potencial defensivo que poderia ser moldado no sistema da franquia. Após o draft, ele foi inicialmente designado para a Santa Cruz Warriors, time da G-League afiliado, para ganhar experiência e se adaptar ao basquete norte-americano.
Qual é o valor e a estrutura do seu contrato atual?
O contrato atual de Gui Santos é um típico contrato de rookie de segunda rodada, que não possui valores garantidos como as escolhas da primeira rodada. De acordo com fontes especializadas como o Spotrac e Basketball-Reference, seu acordo para a temporada 2023/24 era um contrato “two-way”, que permite ao jogador dividir seu tempo entre a NBA e a G-League. O salário para contratos two-way na NBA é proporcional aos dias passados no time principal.
Estima-se que o salário anual total para um contrato two-way gire em torno de meio milhão de dólares. Em março de 2024, demonstrando confiança em seu desenvolvimento, os Warriors converteram o contrato de Gui Santos para um contrato padrão da NBA até o final da temporada. Esse novo contrato, embora ainda de valor modesto para os padrões da liga, é um importante passo na carreira, garantindo-lhe um salário de NBA integral (próximo do salário mínimo para um jogador com sua experiência, cerca de US$ 1,1 milhão na proporção do tempo restante) e, mais importante, uma vaga definitiva no roster principal.
Como seu salário se compara a outros brasileiros e jogadores do time?
O salário de Gui Santos é considerado de entrada/desenvolvimento dentro do universo da NBA. Comparado a outros brasileiros na liga, é significativamente menor do que o de veteranos estabelecidos. Por exemplo, Raul Neto, com anos de experiência, tem salários na casa dos US$ 2 a 3 milhões. No entanto, é um marco importante em sua carreira.
Dentro do Golden State Warriors, seu salário está entre os mais baixos do elenco, que é liderado por superastros como Stephen Curry (cerca de US$ 51 milhões/ano), Klay Thompson e Andrew Wiggins. Essa discrepância é normal, pois Gui ocupa a posição de um jogador jovem em desenvolvimento que ainda precisa provar seu valor em minutos consistentes. Seu custo baixo é vantajoso para o salary cap dos Warriors, que é pressionado pelos megacontratos.
Qual é o potencial de crescimento do seu contrato nos próximos anos?
O potencial de crescimento financeiro de Gui Santos é intrinsecamente ligado ao seu desenvolvimento em quadra. Se ele conseguir se estabelecer como um jogador de rotação confiável nos Warriors – trazando energia, defesa e arremesso de três pontos –, poderá aspirar a um novo contrato quando se tornar agente livre restrito.
Um contrato de médio porte na NBA, para um jogador de rotação sólido, pode variar entre US$ 5 e 10 milhões anuais. O caminho de Jordan Poole dentro dos Warriors é um exemplo extremo, mas ilustra como a franquia recompensa jogadores que crescem em seu sistema. Se Gui Santos evoluir, ele poderá negociar um contrato de múltiplos anos e milhões no futuro, seja com os Warriors ou com outra equipe. Tudo dependerá de sua performance e aproveitamento das oportunidades.
Quais são os próximos passos para ele se consolidar na NBA?
Para justificar um aumento salarial futuro, Gui Santos precisa focar em três pilares: defesa consistente, arremesso confiável de três pontos e compreensão tática do sistema. Os Warriors valorizam jogadores versáteis defensivamente e que saibam se mover sem a bola no ataque complexo de Steve Kerr. Santos tem o físico e a disposição para se tornar um defensor switchable, capaz de marcar múltiplas posições.
Ele também precisa ganhar a confiança do técnico através de minutos de qualidade, mostrando decisões inteligentes e não cometendo erros crassos. A continuação do trabalho na G-League para afinar suas habilidades e ganhar ritmo de jogo será crucial. O sucesso de outros jogadores de segunda rodada ou não-draftados nos Warriors, como Gary Payton II, serve como modelo inspirador do que é possível com trabalho duro e aproveitamento de uma oportunidade no sistema certo. Abaixo foi selecionado uma imagem de Gui em partida pelo Warriors, postada em seu próprio Instagram.
O que a trajetória de Gui Santos ensina sobre a jornada de um jovem brasileiro na NBA?
A análise do salário de Gui Santos no Golden State Warriors vai além dos números. Ela ilustra a jornada realista de um prospecto internacional na liga mais competitiva do mundo. Mostra que a primeira conquista não é um contrato milionário, mas um lugar no roster e a chance de aprender com os melhores. Seu salário atual é o investimento inicial da franquia em seu potencial.
Sua história é de paciência e desenvolvimento. Enquanto estrelas brasileiras do passado, como Nenê e Leandro Barbosa, chegaram como picks de primeira rodada, a geração atual muitas vezes precisa de caminhos alternativos. Gui Santos representa essa nova via: ser descoberto, desenvolvido e valorizado por uma organização de ponta. Cada minuto em quadra, cada cesta, cada defesa, é um depósito em seu banco de oportunidades, que no futuro poderá ser resgatado em um contrato muito mais expressivo – não apenas em dólares, mas em reconhecimento de uma carreira construída com persistência.
