Em dois contratos de dez dias pelo Memphis Grizzlies, time da NBA, o ala-pivô Mãozinha Ferreira jogou sete jogos, com uma média de 17 minutos por jogo, e chegou a fazer boas partidas, além de médias 6,9 pontos por jogo e 5,3 rebotes. Entretanto, os Grizzlies, por uma questão contratual, resolveram não integrá-lo ao time. Com isso, o único brasileiro atualmente na NBA é Gui Santos, pivô do Golden State Warriors.
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Porém, a história brasileira na liga pode datar desde os anos 70, quando Marquinhos Abdalla foi o primeiro jogador do Brasil a ser selecionado no Draft. Infelizmente, ele não chegou a atuar em nenhum jogo. Essa honra iria para Rolando Ferreira Júnior, que, selecionado pelo Portland Trail Blazers em 1988, ficou por uma temporada na NBA. O lendário Oscar Schimdt chegou a ser escolhido no Draft de 1984, mas as regras da liga na época não permitiam que um jogador atuasse em um time da NBA e em sua seleção simultaneamente. Oscar escolheu cementar-se como o maior jogador de nosso time nacional, participando de três mundiais e duas Olímpiadas, nos anos 90.
Com o passar do tempo, a presença de estrangeiros começou a ser bem mais aceita, e o Brasil não ficou fora disso, aumentando exponencialmente sua participação na liga e, principalmente, protagonizando belos momentos e vencendo títulos. Confira alguns nomes que passaram pela NBA.
Nenê Hilário
O pivô Nenê, que usa a icônica camisa 42, deu os primeiros passos no basquete jogando pelo time de sua cidade natal, São Carlos. Posteriormente, destacou-se vestindo a camisa do Vasco da Gama, um dos clubes mais tradicionais do Brasil. Em 2002, Nenê decidiu dar um passo maior e se inscreveu no Draft da NBA, sendo selecionado na primeira rodada pelo New York Knicks como a sétima escolha geral. No entanto, o jogador foi envolvido em uma troca que o levou ao Denver Nuggets, onde iniciou sua carreira na liga mais prestigiada do mundo.
Durante sua temporada de estreia, Nenê não demorou a se destacar. No fim da temporada 2002-03, foi incluído no prestigiado NBA All-Rookie Team, uma honraria que reconhece os melhores novatos da temporada.
Em 15 de março de 2012, Nenê foi novamente envolvido em uma negociação de peso, desta vez com o Washington Wizards, em uma troca que também contou com a participação do Los Angeles Clippers. O jogador manteve uma média sólida de 13,7 pontos e 7,5 rebotes em 39 jogos durante a temporada 2011-12, que foi encurtada devido à greve dos jogadores. Terminou sua carreira em 2019, após jogar pelo Houston Rockets por três temporadas.
Apesar de não conquistar nenhum título e sofrer constantemente com lesões, Nenê ainda ostenta uma das maiores carreiras brasileiras na NBA, com 871 jogos pela temporada regular e 64 nos playoffs.
Leandrinho Barbosa
Um dos maiores estrangeiros da história do Phoenix Suns, Leandro Barbosa deixou sua marca na NBA com uma média de 12,9 pontos e 2,7 assistências. Ao longo de sua carreira no time do Arizona, Leandrinho participou de 407 jogos, sendo titular em 104 ocasiões, acumulando 5.231 pontos até 4 de março de 2009. Sua maior pontuação em uma única partida foi de impressionantes 41 pontos.
A temporada 2006-07 foi um marco para a carreira do brasileiro, quando foi eleito o NBA Sixth Man of the Year, reconhecimento dado ao melhor jogador vindo do banco de reservas. Leandrinho se tornou o primeiro brasileiro a conquistar um prêmio individual na NBA.
Na década de 2010, Leandrinho passou por diversos times, como Toronto Raptors, Indiana Pacers e Boston Celtics, mas foi no Golden State Warriors que ele conquistou o título de 2015. Ele se aposentou no ano seguinte, e atualmente atua como assistente técnico do Sacramento Kings.
Anderson Varejão
Anderson Varejão, conhecido como “Wild Thing” por sua energia e garra em quadra, começou a chamar a atenção da NBA em 2002, quando se inscreveu no Draft pela primeira vez. Contudo, foi em 2004 que sua jornada na liga teve início, sendo draftado pelo Orlando Magic como a 30ª escolha. No entanto, o brasileiro foi imediatamente transferido para o Cleveland Cavaliers em 23 de julho de 2004, onde construiu uma sólida carreira.
Vestindo a camisa dos Cavaliers por 12 temporadas, Varejão teve a oportunidade de atuar ao lado de grandes nomes do basquete mundial, como LeBron James, Shaquille O’Neal e Kyrie Irving. Durante sua passagem pela equipe, foi peça fundamental na conquista de dois títulos da Conferência Leste, em 2007 e 2015.
Em 18 de fevereiro de 2016, após 12 anos defendendo o Cleveland Cavaliers, Anderson foi envolvido em uma troca entre o Cavaliers, Orlando Magic e o Portland Trail Blazers. Nesse movimento, Varejão entrou para a história ao se tornar o primeiro jogador a disputar as finais da NBA por dois finalistas diferentes na mesma temporada. Na temporada 2015-16, ele vestiu a camisa do Golden State Warriors, que enfrentou seu ex-time, o Cleveland Cavaliers, e perdeu as finais por 4-3.
Após 16 anos jogando no exterior, Anderson Varejão retornou ao Brasil ao assinar um contrato de 20 meses com o Flamengo em 17 de janeiro de 2018. Pelo clube carioca, ele conquistou o título do Novo Basquete Brasil (NBB) na temporada 2018-19, derrotando o Franca na final.
Tiago Splitter
Em 12 de julho de 2010, Tiago Splitter deu um passo importante em sua carreira ao assinar contrato com o San Antonio Spurs, ingressando na NBA após uma bem-sucedida trajetória na Europa. O pivô brasileiro teve sua estreia como titular na liga em 2011, substituindo o lesionado Tim Duncan, em um confronto contra o Charlotte Bobcats. Naquela partida, Splitter registrou 8 pontos e 6 rebotes, mostrando sua capacidade de contribuir para a equipe.
Sua temporada mais produtiva com os Spurs veio em 2012-13, quando Splitter teve médias de 10,3 pontos e 6,4 rebotes por jogo, atuando como titular em 58 partidas. O auge da carreira aconteceu em 2014, quando ele se tornou o primeiro brasileiro a conquistar um título da NBA. Nas Finais daquele ano, o San Antonio Spurs derrotou o Miami Heat por 4-1, e Splitter desempenhou um papel importante ao longo da temporada.
Infelizmente, uma lesão no quadril prejudicou o andamento de sua carreira, levando-o a anunciar sua aposentadoria do basquete profissional em 2018. Após sua aposentadoria, Splitter foi contratado pelo Brooklyn Nets como olheiro profissional, com responsabilidades adicionais no desenvolvimento de jogadores.
