O multicampeão de Jiu-Jitsu Leandro Lo foi covardemente assassinado com um tiro na cabeça no dia 7 de agosto em uma casa noturna de São Paulo. No dia seguinte à tragédia, o policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, que atirou contra Lo a queima roupa, foi preso e está detido desde então no presídio militar Romão Gomes. Passados três meses, o processo administrativo para exonerar Henrique ainda não foi julgado e ele segue como oficial da polícia militar de São Paulo. Segundo advogados criminalistas, o processo pode durar anos. Para que não caia no esquecimento e o caso seja engavetado, ídolos do MMA e do Jiu-Jitsu pedem celeridade no processo para que o assassino seja exonerado e possa ser julgado pela justiça comum.
“É uma situação que dói no peito só de pensar como esse caso vem sendo tratado. Esse processo ainda não tem data para ocorrer e isso é o que gera a nossa indignação. Um cara como esse, um assassino, não representa a polícia militar. Ele assassinou covardemente o Leandro Lo. Não há dúvidas de que ele é o assassino, pois tiveram várias testemunhas, além das filmagens. Uma impunidade muito grande e estamos aqui para cobrar isso. Depois disso ele vai ser julgado no penal e, sem dúvida, ele será condenado. Não vamos deixar o caso ser esquecido. Vamos fazer pressão até que esse caso seja tratado como deve ser tratado e o assassino exonerado. E depois condenado pela justiça comum. Queremos que a justiça seja feita e o assassino pague pelo que fez”, exigiu Marcus Buchecha, multicampeão mundial de Jiu-Jitsu e um dos melhores amigos de Leandro Lo.
O processo administrativo acontece em duas fases. Na primeira, três oficiais podem decidir pelo arquivamento do processo caso considerem que a conduta de Velozo foi justificada. Posteriormente, o processo é levado ao Tribunal de Justiça Militar e somente o Pleno do Tribunal de Justiça Militar, composto por sete juízes, possui competência para julgar a conduta do policial e dizer se ele deve ou não permanecer na Polícia Militar. Caso a decisão seja pela cassação do posto e da patente de Velozo, o caso é levado para o governador, que cumpre a decisão do Tribunal de Justiça Militar, após o trânsito em julgado do processo administrativo.
Ver essa foto no Instagram
“Todos nós, tanto amigos quanto pessoas do esporte, sabemos o quanto o Leandro representa para todos nós. Ele era uma pessoa tranquila e todos amavam estar com ele. Nós estamos pedindo que a justiça seja feita e que a pessoa que fez isso, injustamente e inexplicavelmente, seja julgado como uma pessoa comum que cometeu um crime e pague pelo que fez. Queremos que ele seja exonerado e julgado. Todos nós da comunidade dos esportes de combate pede por justiça”, disse Rodrigo Minotauro, ex-campeão do Pride e do UFC.
No dia 30 de agosto, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o tenente da polícia militar por homicídio triplamente qualificado. A denúncia foi aceita pela Justiça, que decretou no dia 2 de setembro a conversão da prisão temporária de 30 dias de Henrique Velozo para prisão preventiva.
“Esse cara não tem condições de representar a polícia militar ou qualquer outro órgão de segurança pública. Ele assassinou covardemente, atirou a queima roupa… É um cara que não tinha controle emocional algum para ser policial. Ele precisa ser exonerado e em seguida julgado na justiça comum. Já era para ele ter sido exonerado. Mas vamos continuar pressionando para que ele não fique impune. Não vamos deixar cair no esquecimento. Esse cara não representa a polícia militar. Já dei aula para o BOPE, para o Choque, tenho muitos amigos na polícia, então eu sei o que estou dizendo. Ele não representa a polícia e precisa ser exonerado imediatamente. Todos nós esperamos que a justiça seja feita o quanto antes. Ele não pode ficar impune. Não vamos descansar enquanto a justiça não for feita”, garantiu Fabrício Werdum, campeão mundial de Jiu-Jitsu e ex-campeão do UFC.