A falência de Gilmar Fubá se tornou um dos capítulos mais dolorosos de sua história, contrastando com o auge vivido no Corinthians, onde foi campeão mundial em 2000. Sua vida após os gramados revelou um cenário de dívidas, promessas não cumpridas e falta de suporte, mostrando como a instabilidade financeira derrubou um dos personagens mais queridos do clube.
Quem foi Gilmar Fubá e por que ele marcou uma geração?
Gilmar Fubá sempre foi lembrado como um jogador de espírito leve, muito querido pelos torcedores e capaz de compensar limitações técnicas com entrega, humor e uma personalidade que contagiava todo o elenco. Seu jeito espontâneo e verdadeiro fez com que se tornasse um símbolo de identificação para quem admirava o Corinthians dos anos 90 e início dos anos 2000.
Apesar da alegria dentro de campo, sua trajetória até o profissionalismo foi marcada por muita dificuldade, tendo crescido em uma realidade de pobreza na zona leste de São Paulo. O futebol era seu único caminho para tentar mudar o destino da família, e cada conquista veio com luta, persistência e força emocional.
Como a origem humilde influenciou sua carreira e seus desafios?
Vindo de um ambiente com poucos recursos, Gilmar não cresceu com orientação financeira ou apoio estruturado para lidar com a mudança brusca de vida que o futebol profissional proporciona. A ausência desse preparo se tornou um desafio quando ele começou a ganhar mais dinheiro e a lidar com responsabilidades inesperadas.
A ascensão rápida ao Corinthians significou a realização de um sonho, mas também colocou sobre ele pressões emocionais e financeiras que nunca haviam sido parte de sua vida. Esse contraste entre glória e carências estruturais ajuda a explicar por que os problemas vieram com tanta força nos anos seguintes.

Quais fatores contribuíram para sua crise financeira?
Em várias entrevistas, ele relatou que ficou sem receber em diferentes momentos da carreira, acumulando dívidas e precisando recorrer a familiares e amigos para sobreviver. Além disso, a falta de orientação financeira contribuiu para decisões impulsivas, como quando comprou uma BMW após ver uma grande quantia na conta.
- Ausência de salários pagos: clubes deviam quantias que nunca foram quitadas.
- Premiações não recebidas: promessas que deixaram buracos no orçamento.
- Gastos impulsivos: compras motivadas pela euforia da ascensão repentina.
- Desigualdade estrutural no futebol: falta de suporte para atletas após a queda de rendimento.
Como foi sua fase final no futebol e o declínio profissional?
Depois de deixar o Corinthians, Gilmar passou a jogar em clubes menores, com salários muito inferiores e ambientes de trabalho marcados pela instabilidade. Essa mudança brusca fez com que o dinheiro acabasse rapidamente, já que as dívidas continuavam e as oportunidades diminuíam.
Mesmo enfrentando dificuldades e tendo vivido altos e baixos, ele manteve o bom humor e a gratidão, sempre lembrado como alguém que não perdeu sua essência. A fase final da carreira mostrou o quanto o sistema do futebol brasileiro pode descartar jogadores que, após brilharem, ficam sem suporte para se reerguer.
Como sua história é lembrada hoje?
A trajetória de Gilmar Fubá é vista com carinho pela torcida e respeito pelos colegas de profissão, que lembram sua alegria, carisma e coragem para expor injustiças do esporte. Sua morte em 2021 trouxe ainda mais luz para sua história, ressaltando o contraste entre a idolatria dentro de campo e as batalhas silenciosas fora dele.
O legado de Gilmar permanece vivo como exemplo de autenticidade e humanidade, lembrando que, por trás do espetáculo esportivo, existem vidas reais que nem sempre recebem o cuidado e o reconhecimento que merecem.





