Corinthians x Palmeiras é a maior rivalidade do Estado de São Paulo e uma das maiores do futebol brasileiro. Então, é esperado que um clássico dessa magnitude, ainda mais valendo título, receba uma data e um horário que façam respeito à importância do embate, certo?
Errado. A Data Fifa fez os gigantes paulistas de vítimas e reduziu o Dérbi a um jogo qualquer, passível de ser marcado em uma quinta-feira à noite, fora do horário nobre, do final de semana que abrange o torcedor que passou os dias úteis trabalhando e só alimentando a expectativa de um grande confronto.
E mesmo que a Fiel possa celebrar a oportunidade de decidir em casa, como fica o compromisso de estreia no Brasileirão pouco mais de dois dias depois? E os jogadores de ambas as equipes que retornam dos afazeres com suas seleções fadigados e recheados de pressão para ainda jogar uma final?
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Cá entre nós: já é possível dizer que a Data Fifa tem sido mais um empecilho no calendário do que uma oportunidade de acompanhar o orgulho nacional com a Seleção. Aliás, Seleção essa que desanima pela sua gestão caótica, pelo seu desempenho pífio e sem garra, e pela falta de perspectiva de uma classificação tranquila à Copa do Mundo (algo impensável há alguns anos).
O período serve apenas para o torcedor reclamar da monotonia e contar os dias para a retomada da programação estadual e brasileira. “Tudo parado”; “Não tem um joguinho pra ver hoje?”; “Ué, a final não era domingo agora?”.
As entidades do futebol fracassam em conciliar os interesses do público em prol do entretenimento, da esportividade e do bem-estar de seus jogadores (não que isso seja o objetivo delas). É tragédia anunciada e chatice garantida.
Corinthians x Palmeiras: jogo quente em dia morno
Aquele que ama seu time e tiver condições de comparecer ao estádio em uma decisão certamente irá fazê-lo. Mas a preocupação com a interferência da Data Fifa e seus desdobramentos segue sendo uma dor de cabeça que, com a devida organização, comprometimento e princípios que não atendam somente a interesses financeiros e pessoais, poderia ser evitada.
O Dérbi na final do Paulistão não deixa de ser gigante; no entanto, também não deixa de ser explicitamente desrespeitado.