O técnico do Fenerbahçe, José Mourinho, entrou com um processo judicial contra o Galatasaray após ser acusado de fazer declarações racistas no clássico de Istambul, disputado na última segunda-feira (24).
A polêmica teve início quando o Galatasaray denunciou o português por supostas falas racistas durante o empate sem gols entre as equipes. No dia seguinte, o Fenerbahçe divulgou um comunicado afirmando que as declarações do treinador foram “completamente tiradas de contexto”.
Nesta sexta-feira (28), o clube turco anunciou que Mourinho ingressou com uma ação no valor de 1.907.000 liras turcas contra o Galatasaray, por meio dos advogados do Fenerbahçe, alegando um “ataque aos direitos pessoais” do técnico. O montante equivale a cerca de R$ 260 mil e tem um significado simbólico: 1907 é o ano de fundação do Fenerbahçe.
BREAKING: Fenerbahce announce a lawsuit has been filed against Galatasaray for what they describe as moral damages.
The Turkish side say it’s due to an attack on the personal rights of their manager Jose Mourinho. pic.twitter.com/kOxZlJ5DKP
— Sky Sports News (@SkySportsNews) February 28, 2025
Declarações polêmicas e suspensão de Mourinho na Turquia
Durante a coletiva após o clássico, Mourinho afirmou que o banco de reservas do Galatasaray estava “pulando como macacos”. O português também voltou a criticar a arbitragem turca, alegando que a presença de um juiz do país na partida seria um “desastre”. A pedido dos clubes, o jogo foi comandado pelo árbitro esloveno Slavko Vincic, evitando a escolha de um oficial turco para apitar o duelo.
Na quinta-feira (27), a Federação Turca de Futebol (TFF) anunciou uma punição severa ao treinador do Fenerbahçe: suspensão de quatro partidas e multa de £35.194 (cerca de R$ 220 mil) por duas infrações disciplinares.
A entidade justificou a sanção alegando que Mourinho fez “declarações depreciativas e ofensivas contra o árbitro turco” e que “acusou o futebol turco de caos e desordem, com falas insultuosas e ofensivas tanto à comunidade futebolística do país quanto a todos os árbitros turcos”.
Entre as declarações que resultaram na punição, Mourinho disse que “após a grande simulação no primeiro minuto e com o banco deles pulando como macacos em cima do garoto… com um árbitro turco, ele levaria um cartão amarelo no primeiro minuto e, após cinco minutos, eu teria que substituí-lo”.
A TFF ressaltou ainda que as falas do treinador foram “contrárias à ética esportiva e ao conceito de fair play”, além de conterem “expressões que poderiam incentivar a violência e a desordem no esporte, provocar divisões na sociedade e gerar conflitos entre torcedores”.