A meio-campista Jenni Hermoso prestou seu depoimento nesta segunda-feira (3) no Tribunal Nacional da Espanha, no julgamento do ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales. O dirigente responde por agressão e coação sexual após beijar à força a jogadora durante a premiação da Copa do Mundo Feminina de 2023.
Na audiência, Hermoso reforçou que o beijo não foi consentido e desabafou sobre o impacto do episódio em sua vida. “Sabia que meu chefe estava me beijando e isso não deveria acontecer em nenhum ambiente social ou de trabalho. Como mulher, eu me senti desrespeitada. Eles mancharam um dos dias mais felizes da minha vida. É muito importante para mim dizer que, em nenhum momento, eu busquei esse ato, muito menos esperava por isso.”
Pressão e sentimento de desproteção
Durante mais de duas horas de depoimento, Hermoso detalhou que, ao contrário da versão de Rubiales, ele não pediu permissão para o beijo. Além disso, a jogadora revelou ter sido pressionada logo após a final para gravar um vídeo ao lado do então presidente da RFEF, tentando justificar o ocorrido.
“Eu me senti completamente desprotegida por parte da RFEF. Tinha que ser meu lugar seguro. Desde que cheguei à Espanha, tenho câmeras em casa, gente lá fora, fotos… Eu tinha medo de descer a rua. Recebo ameaças de morte, mensagens de todo tipo, tive que sair de Madri. Minha vida mudou a partir daquele momento.”
“Me sentí poco respetada, mancharon uno de los días más felices de mi vida.
En ningún momento busqué ese acto, ni me lo esperé. Sentí rechazo”.
Contigo, @Jennihermoso.
— Anaïs López (@anaislopez23) February 3, 2025
Rubiales nega acusações e aguarda depoimento
Luis Rubiales, que deve depor no próximo dia 12, sustenta que o beijo foi um gesto espontâneo de comemoração e sem qualquer intenção indevida. O ex-presidente classifica o episódio como um “beijinho entre amigos comemorando”.
Além de Rubiales, o ex-técnico da seleção feminina, Jorge Vilda, e os ex-dirigentes da RFEF, Ruben Rivera e Albert Luque, também são acusados de coagir Hermoso para minimizar o caso. O Ministério Público espanhol pede uma pena de dois anos e meio de prisão para os envolvidos.