Brasil e Argentina protagonizam uma das maiores rivalidades do futebol mundial, refletida na eterna comparação entre Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, e Diego Armando Maradona. Embora nunca tenham se enfrentado nos campos, a disputa entre os dois ícones foi amplificada por torcedores, como nos cânticos “Brasil, decime qué se siente”, entoado pelos argentinos, e “Mil gols, só Pelé”, pelos brasileiros.
Quando Pelé encerrava sua carreira, em 1977, no New York Cosmos, Maradona dava os primeiros passos como profissional no Argentinos Juniors. Apesar da diferença de gerações, a história entre eles é marcada por encontros, trocas de farpas, reconciliações e momentos de respeito mútuo.
Maradona to Pele: “A dream of mine is to head the ball with you.” pic.twitter.com/BnJfDnNB6M
— 90s Football (@90sfootball) September 9, 2023
Primeiros encontros e desentendimentos
A primeira vez que Pelé e Maradona se encontraram foi em 1979. Pelé, já consagrado como o “Rei do Futebol”, foi recebido calorosamente pelo jovem argentino, que iniciava sua jornada rumo à glória. Apesar do momento de harmonia inicial, os anos seguintes foram marcados por críticas mútuas.
Pelé frequentemente criticava Maradona por seus vícios e atitudes polêmicas. “Ele só tem pé esquerdo e é um mau exemplo”, disse Pelé, também referindo-se ao famoso “gol de mão” contra a Inglaterra, na Copa de 1986. Por outro lado, Maradona não poupava palavras duras contra o brasileiro. Em 1998, em entrevista à TV argentina, disparou: “Pelé é um escravo, vendeu seu coração à Fifa. Ele gosta mais de dinheiro do que de dormir.”
Reconciliação e homenagens
Após anos de desentendimentos, os dois craques selaram a paz em 2016, durante um evento em Paris. “Chega de brigas”, disse Maradona ao lado de Pelé. O brasileiro respondeu de forma simbólica: “Agora estamos de mãos dadas.”
A rivalidade entre eles, no entanto, permaneceu viva entre as torcidas, que perpetuaram a disputa com músicas provocativas. Quando Maradona faleceu, em 2020, Pelé usou as redes sociais para prestar homenagem ao amigo: “Que notícia triste. Eu perdi um grande amigo e o mundo perdeu uma lenda. Um dia, espero que possamos jogar bola juntos no céu.”
Desempenho em Copas do Mundo e clubes
Pelé é o único jogador a vencer três Copas do Mundo: 1958, 1962 e 1970. Já Maradona brilhou intensamente no Mundial de 1986, conquistado pela Argentina. Pelé disputou 91 partidas internacionais, marcando 77 gols, enquanto Maradona fez 34 gols em 90 jogos pela seleção argentina.
Nos clubes, Pelé dedicou a maior parte de sua carreira ao Santos, tornando-o uma potência mundial antes de atuar no New York Cosmos. Maradona, por sua vez, destacou-se no exterior, especialmente no Napoli, onde virou ídolo eterno, além de passagens por Barcelona e Sevilla.
Legado eterno de Pelé e Maradona
Apesar das diferenças de estilo, carreira e até posições em campo — Pelé como atacante central e Maradona como meia-atacante — ambos deixaram legados incomparáveis. Em 2000, a Fifa reconheceu a grandeza dos dois, concedendo-lhes o título conjunto de “Jogador do Século”.





