Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, foi eleito o novo presidente do Flamengo, coroando 15 anos de atuação na política rubro-negra. Representante da chapa “Raça, Amor e Gestão”, Bap venceu a disputa com ampla vantagem, somando 1.731 votos contra 1.166 de seu principal adversário, Rodrigo Dunshee.
Formado em Engenharia Civil pela UFRJ e com mestrado em Finanças pelo Coppead-RJ, Bap construiu uma carreira de destaque no setor privado, passando por empresas como Lojas Americanas, Mesbla e Sky, onde foi CEO por 14 anos. O sucesso profissional o levou a morar em São Paulo, mas o amor pelo Flamengo o trouxe de volta à Gávea em 2009, quando se tornou sócio do clube.
No ano seguinte, patrocinou o basquete rubro-negro por meio da Sky e desempenhou papel decisivo na contratação de Zico como diretor técnico. Em 2012, foi um dos articuladores da “Chapa Azul”, que venceu as eleições e iniciou a reestruturação financeira do Flamengo. Como vice-presidente de marketing, liderou negociações com marcas como Adidas, Peugeot e Caixa Econômica.
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Ascensão e polêmicas na política do Flamengo
Bap manteve uma trajetória marcada por influência e divergências. Durante a gestão de Eduardo Bandeira de Mello, rompeu com o presidente e só retornou ao Flamengo em 2019, já sob a liderança de Rodolfo Landim, como vice de relações externas. Mais tarde, assumiu a presidência do Conselho de Administração, mas se afastou do conselho de futebol em 2022 após desentendimentos internos.
Conhecido por seu estilo contundente, Bap acumula declarações marcantes. Após a conquista da Copa do Brasil de 2013, disparou: “O Flamengo cada dia mais forte para desespero dos nossos detratores, para os hipócritas, para os cretinos que não sabem o que falam. Deus perdoe vocês porque o mundo é rubro-negro. Fui!”
Em 2021, esteve no centro de uma polêmica envolvendo a não contratação do lateral Rafinha, que acusou o clube de “guerra política”. Bap rebateu, garantindo que o impedimento foi financeiro: “A pandemia afetou dramaticamente as finanças. Esportivamente, o Rafinha era unanimidade, mas não podíamos assumir novos compromissos.”
Planos e proximidade com Zico
Bap tem como meta implementar um código de conduta para os atletas e reiterou sua oposição à transformação do clube em SAF. “O Flamengo não precisa de messias nem de mecenas. Nosso foco será valorizar o clube e suas conquistas”, afirmou.
A relação com Zico, ídolo máximo do Flamengo, continua sólida. O novo presidente já planeja levar o Galinho para atuar em funções estratégicas, como chefe da delegação no Mundial de Clubes de 2025, a ser disputado nos Estados Unidos.