Felipe Anelli Marchiano, irmão da torcedora Gabriela Anelli, entrou com uma ação judicial contra o Palmeiras, pedindo uma indenização por danos morais no valor de R$ 1,15 milhão – sendo R$ 1 milhão em indenização e R$ 150 mil para cobrir honorários advocatícios. A tragédia ocorreu no dia 10 de julho de 2023, quando Gabriela, de 23 anos, morreu após ser atingida por estilhaços de vidro no pescoço durante uma briga entre torcedores de Palmeiras e Flamengo, dois dias antes, nos arredores do Allianz Parque.
Gabriela foi socorrida e encaminhada ao Pronto Socorro da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos causados por uma “hemorragia aguda externa traumática”. O responsável pelo crime, Jonathan Messias Santos da Silva, foi preso no Rio de Janeiro, após ser identificado pelo sistema de reconhecimento facial disponibilizado pela equipe de segurança do estádio, em colaboração com a Polícia Civil de São Paulo.
O portal Nosso Palestra foi o primeiro a divulgar o ajuizamento da ação. O Palmeiras, por sua vez, argumenta que a briga ocorreu fora do Allianz Parque, em uma área de responsabilidade das autoridades de segurança pública. O clube também afirma que cooperou com as investigações, fornecendo as imagens das câmeras de biometria facial que ajudaram a identificar o suspeito.
No processo, a família de Gabriela baseia seus argumentos em artigos do Código de Defesa do Consumidor, na Lei Geral do Esporte e em jurisprudências do Tribunal de Justiça e do Ministério Público do Distrito Federal. A ação alega que houve falha na segurança “antes, durante e após o evento”, imputando responsabilidade ao Palmeiras.
Lamentamos profundamente a morte da torcedora Gabriela Anelli, atingida por uma garrafa nas imediações do Allianz Parque, antes do jogo contra o Flamengo, no sábado. Não podemos aceitar que uma jovem de 23 anos seja vítima da barbárie em um ambiente que deveria ser de… pic.twitter.com/7kHJuPYYM4
— SE Palmeiras (@Palmeiras) July 10, 2023
Os relatos dos fatos foram reconstruídos com base em depoimentos de guardas municipais e testemunhas que estavam no local, além de imagens, laudos médicos e o relatório da investigação policial. De acordo com os depoimentos, havia viaturas e uma funcionária contratada pelo clube para separar as torcidas com um portão de metal, mas a situação fugiu do controle quando torcedores de ambos os times começaram a arremessar objetos e gritar ofensas.
Um dos guardas afirmou que o portão que separava as torcidas foi aberto, embora não soubesse o motivo. Outro relatou que torcedores do Palmeiras ultrapassaram a barreira, praticamente atropelando a funcionária, e partiram em direção à torcida do Flamengo. Em resposta, os guardas municipais tentaram conter a confusão, mas as garrafas arremessadas acabaram estilhaçando no local.
O depoimento ainda relata que o portão foi fechado após a confusão, mas os objetos continuaram a ser lançados por ambas as torcidas. Foi nesse momento que Gabriela foi atingida e o socorro foi acionado. A jovem foi levada inicialmente ao interior do Allianz Parque, onde havia ambulâncias equipadas, e posteriormente ao Pronto Socorro da Santa Casa, onde faleceu.