O chefe de arbitragem da Premier League, Howard Webb, anunciou uma significativa redução de 80% nos erros relacionados ao uso do árbitro assistente de vídeo (VAR) durante a temporada 2023-24. Apesar dos cinco anos de implementação do VAR na liga, o sistema continua sendo alvo de discussões.
De acordo com o painel independente de Incidentes Cruciais de Partida (KMI), o VAR foi mal utilizado em 31 ocasiões nesta temporada. Mesmo com as polêmicas, uma votação em junho entre os clubes da Premier League resultou em uma decisão clara: 19 dos 20 times votaram pela manutenção do VAR, com o Wolverhampton Wanderers sendo a única exceção.
Uma pesquisa independente, encomendada pela própria Premier League, revelou que quatro em cada cinco torcedores apoiam a continuidade do VAR na competição. Além disso, a liga tem buscado maior transparência ao explicar as decisões do VAR por meio de um canal exclusivo nas redes sociais. No entanto, a introdução da tecnologia de impedimento semiautomático (SAOT), inicialmente prevista para o final de 2023, foi adiada para 2025.
Em entrevista ao podcast Stick to Football, Webb, que é o diretor-chefe da Professional Game Match Officials Limited (PGMOL), destacou os avanços na precisão das decisões. “Não acho que gerimos bem as expectativas em relação ao VAR”, admitiu o ex-árbitro da Premier League. “Sabíamos que o VAR seria eficiente em lances claros, onde se pensa: ‘isso está claramente errado à primeira vista’. Somos bons em identificar esses casos na maioria das vezes.”
Segundo Webb, o painel independente, composto por ex-jogadores e responsável por avaliar as decisões semanais, reportou apenas dois erros do VAR nesta temporada, contra dez no mesmo período do ano passado. O foco agora é reduzir o tempo necessário para chegar a uma decisão.
“O maior progresso foi a agilidade. O atraso médio para uma revisão do VAR caiu de 70 segundos na temporada passada para 25 segundos nesta”, disse Webb. Ele também orientou os árbitros a agir de forma mais decisiva. “Eu disse aos caras: ‘não pensem por muito tempo. Se algo salta aos olhos, intervenham, mas se for preciso revisar muitas vezes, deixem com o árbitro em campo’.” Essa abordagem é descrita por Webb como “chamada do árbitro”.
Do you think you’ve noticed an improvement in VAR this season?
Referees’ chief Howard Webb says there has been an 80% reduction in the number of Premier League VAR errors. pic.twitter.com/SfJjcTblyI
— BBC Sport (@BBCSport) October 17, 2024
Erro do VAR em jogo do Manchester United
Embora os erros gerais tenham diminuído, Webb reconheceu um erro específico no jogo entre Manchester United e Tottenham Hotspur, quando Bruno Fernandes foi expulso injustamente. O árbitro Chris Kavanagh mostrou cartão vermelho ao meia português por uma entrada em James Maddison, mas os replays indicaram que Fernandes atingiu o jogador adversário com o lado da chuteira, e não com as travas.
Apesar da análise equivocada do VAR, a decisão não foi revertida durante o jogo. “Divulgamos o áudio, e o assistente do árbitro, com uma boa visão do lance, disse: ‘isso parece horrível, 100% vermelho para mim'”, explicou Webb. No entanto, após replays em outros ângulos, Webb afirmou que o cartão deveria ter sido anulado: “Fiquei frustrado por não termos agido para corrigir, porque estava claramente errado.” O cartão vermelho de Fernandes foi anulado dois dias depois, mas o Manchester United acabou perdendo a partida por 3 a 0.