Vinícius Calamari é um dos brasileiros que busca ajuda para deixar o Líbano. O atacante do Jwaya revelou como sua vida tem sido afetada pelos bombardeios provocados por Israel. De acordo com o jogador, seus principais objetivos têm sido manter a própria integridade e tentar um repatriamento.
“Começou por volta de sete, oito da manhã. Eu registrei o ataque, e de lá para cá foi inferno. Vi partes de corpos. Minha casa está destruída. Eu estava no sul e só saí com a mochila, duas camisas, uma calça e o tênis no pé. Foi o que deu para tirar. Saí correndo, fugido”, contou ao portal “GE”. No último sábado, 5, a Força Aérea Brasileira (FAB) deixou Beirute, capital do Líbano, com 229 brasileiros. Calamari, no entanto, não estava entre os resgatados.
“Vi gente morrer, vi casa sendo destruída. Não consigo dormir. Quando eu não acordo com os pesadelos, acordo com barulho de mísseis. O único jeito de sair daqui é com o Brasil ajudando a gente. É enviando esse avião e a gente indo para a casa. Vai chegar uma hora que o Brasil vai vir só pra buscar os corpos dos brasileiros”, completou.
“Eu botei meu nome na lista. Falo com a pessoa da Embaixada, ela fala que tem que esperar. Na primeira vez ela falou que tinha que comprar passagem. Uma passagem custa 20 mil reais. Quando compra a passagem, eles cancelam o voo por motivos de segurança. Eu perdi tudo na guerra. O pouquinho de dinheiro que sobrou… eu estou me alimentando até o avião me tirar daqui”.