O jornal esportivo Marca, da Espanha, publicou uma capa repercutindo a atuação dos clubes espanhóis nas competições internacionais do meio de semana. Porém, a expressão usada pelo periódico, “Noite negra”, acompanhava uma foto do atacante do Real Madrid Vini Júnior.
Como todas as equipes perderam seus respectivos jogos, a mensagem tinha um tom negativo, associando a cor negra ao fracasso. Internautas brasileiros expressaram sua indignação nas redes sociais, lembrando o extenso histórico de ofensas que torcedores e mídias do país têm contra o atacante brasileiro.
“Essa deve ser a ducentésima capa racista contra o Vini Jr., não sei qual é o espanto”, disse uma usuária do Bluesky. “A perseguição racista, moral e todas possíveis não cessam contra Vini Jr. Como podem contar com o desenvolvimento de um jogador em campo com toda essa carga emocional?”, disse outra conta.
Parece mentira, mas infelizmente não é. O jornal Marca, um dos maiores da Espanha, achou de bom tom publicar essa capa. Inacreditável.
— Planeta do Futebol 🌎 (@planetadofutebol.bsky.social) October 3, 2024 at 7:09 AM
Os brasileiros também lembraram a represália que Vini sofreu após dizer que se a Espanha não combatesse o racismo em seus esportes, não mereceria sediar a Copa do Mundo de 2030. “E para eles era o Vini Jr. quem estava errado em dizer que se a Espanha não melhorasse na questão do combate ao racismo, não deveria sediar a Copa…”, relatou um internauta.
Os episódios racistas contra Vini são recorrentes desde que o atacante começou a se destacar no Real Madrid, além de usar sua posição para denunciar as ofensas. Mais recentemente, no Derby de Madrid, torcedores do Atlético de Madrid compareceram de máscaras no Civitas Metropolitano para dificultar a identificação de quem proferisse qualquer manifestação ofensiva ao jogador.
Vale também lembrar que não é a primeira instância que torcedores do Atleti expressaram seu desdém pelo atleta. Em outro clássico, os colchoneros penduraram um boneco de Vini em uma ponte de Madri, simulando um enforcamento.
A La Liga chegou a informar que, para esta temporada, não toleraria mais episódios de racismo durante as partidas. Porém, após o clássico, o Real Madrid enviou um documento de mais de dez páginas acusando a entidade de omitir certas ofensas e comportamentos da torcida e atletas do Atlético de Madrid, tanto racistas quanto homofóbicas.