O Conselho Deliberativo do Flamengo se prepara para uma votação crucial sobre a criação de uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). A emenda foi proposta pelo conselheiro Rodrigo Gustavo Rötzsch, integrante do grupo político “Flamengo Maior”. Esse tema tem gerado debates acalorados entre os membros do clube e promete mudar a estrutura de gestão do Flamengo.
A proposta surgiu em um contexto no qual outros grandes clubes brasileiros, como Botafogo, Cruzeiro e Vasco, já aderiram ao modelo SAF. A emenda de Rötzsch traz regras específicas para a votação e a transição para uma SAF, visando garantir maior participação dos sócios e a preservação dos interesses do clube.
SAF no Flamengo: Entenda a proposta
A emenda em questão propõe que qualquer decisão sobre a criação de uma SAF no Flamengo seja tomada em assembleia geral com a participação de 60% dos sócios aptos a voto. Atualmente, isso significa a participação de cerca de 3.600 sócios. Além disso, a aprovação deve ser qualificada, com pelo menos 2.400 votos a favor.
Outro ponto importante da emenda é a criação de uma quarentena para dirigentes. Qualquer pessoa que tenha sido dirigente no triênio anterior não poderá assumir um cargo remunerado na SAF por seis anos. Essas medidas visam assegurar a transparência e a integridade na transição para o novo modelo de gestão.
Por que o Flamengo está discutindo a SAF agora?
Em 2022, o tema SAF começou a ganhar força na Gávea quando o Banco BTG Pactual e a empresa “Win The Game” apresentaram uma proposta de assessoria financeira ao Flamengo. O documento sugeria modelos de negócio e possíveis investidores que poderiam adquirir até 49% do clube.
Essa proposta, que gerou grande discussão, foi enviada por Cláudio Pracownik, ex-vice-presidente de Finanças, Marketing e Administração do Flamengo. Pracownik afirmou que o estudo foi um mapeamento de possibilidades de captação de recursos no mercado e que não implicava uma necessidade imediata para a criação de uma SAF no clube.
Qual o impacto da eventual aprovação da emenda?
A aprovação da emenda pode significar um futuro de maior autonomia e controle dos sócios sobre as decisões estratégicas do Flamengo. A ideia é evitar que decisões cruciais como a formação de uma SAF sejam tomadas por um pequeno grupo de conselheiros, democratizando assim o processo.
Se aprovada, a emenda também aumentará a exigência para que um movimento de virar SAF seja amplamente aceito pelos sócios do clube. Isso garantirá que a transformação, se ocorrer, será cumprida de forma consensual e transparente, refletindo a vontade majoritária dos membros da organização.
Como o Flamengo deve se posicionar sobre a SAF?
O atual CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, afirmou que o clube não solicitou um estudo sobre a SAF com a finalidade de vender uma parte do clube para investidores. Apesar disso, o presidente Rodolfo Landim comentou, em uma entrevista ao ge em maio deste ano, que seria favorável à implementação de uma SAF, desde que o controle do clube fosse mantido.
Entre as propostas para a implementação de uma SAF, destaca-se a ideia de usar o potencial construtivo da Gávea como fonte de receita para as obras de um futuro estádio para o clube. Essa abordagem poderia ser uma alternativa para construir o novo estádio sem criar dívidas adicionais ou prejudicar o investimento no futebol.
Por enquanto, as discussões continuam e a decisão final será tomada em breve. Os sócios do Flamengo terão a oportunidade de se expressar e definir o caminho que o clube seguirá nos próximos anos.