I Jogos Paralímpicos – Roma – Itália – 1960
Data de Início: 18.set.1960
Data de Encerramento: 25.set.1960
Abertura Oficial: Camillo Giardina – Ministro da Saúde Pública da Itália
Nações: 23
Atletas: 400
Esportes: 8
Eventos: 57
Em 1960, os IX Jogos Internacionais de Stoke Mandeville como eram chamados à época (a denominação Jogos Paralímpicos passou a ser adotada em 1984) foram disputados em Roma, uma semana após o encerramento dos XVII Jogos Olímpicos. Pela primeira vez, a competição saiu do seu berço de nascimento, o hospital desta cidade inglesa.
Atualmente considerada como a primeira edição dos Jogos Paraolímpicos, a competição foi apoiada pelo Comitê Olímpico Italiano, financiada em parte pelo Instituto Italiano Nacional para o Seguro contra Acidentes de Trabalho – INAIL e representou um enorme passo nos esportes para atletas com deficiência física.
O fundador do Movimento Paraolímpico, Sir Ludwig Guttmann e o Diretor do Centro Especializado em Coluna de Roma, Antonia Maglio, iniciaram os preparativos os Jogos dois anos antes, que foram disputados apenas por portadores de lesão na medula espinhal, todos em cadeiras de rodas.
Como parte dos quatrocentos atletas não se alojou nas acomodações adaptadas, alguns foram hospedados em apartamentos construídos sobre palafitas.
Coube aos soldados italianos carregar esses atletas para subir e descer dos apartamentos.
Os locais das provas distavam 40 minutos de carro dos alojamentos e os participantes se alimentaram com refeições pré-embaladas, as quentinhas.
As cerimônias de abertura, encerramento e as provas de atletismo foram realizadas no Estádio Acqua Acetosa. As demais competições foram realizadas nos mesmos locais que abrigaram as competições olímpicas.
Foram disputados oito esportes considerados benéficos e adequados para atletas com lesões na medula espinhal: atletismo, basquete em cadeiras de rodas, dardos, esgrima, natação, sinuca, tênis de mesa, tiro com arco.
Como algumas provas não tinham três competidores bastava ao competidor terminar a prova para receber uma medalha.
Após o encerramento dos Jogos, no Vaticano para uma plateia de centenas de atletas em cadeiras de rodas, o Papa João XXIII afirmou: “Dr. Guttmann você é o Pierre de Coubertin dos paralisados”.
Dá importante troca de informações para o tratamento dos atletas entre as equipes médicas das delegações, surgiu à ideia da criação da Sociedade Médica Internacional de Paraplegia (atualmente Sociedade Internacional de Medula Espinhal), que passou a funcionar em 1961, com o Dr. Gutmann seu primeiro presidente.
A partir de 1960, Jogos Internacionais continuaram a ser disputados em Stoke Mandeville, exceto nos anos olímpicos quando os Jogos seriam na cidade ou, pelo menos, no mesmo país sede dos Jogos Olímpicos, mas na prática isso nem sempre aconteceu.
A medalha dos Jogos
Com a inscrição “Giochi Interzazionali di Stoke Mandeville Roma 1960” (Jogos Internacionais de Stoke Mandeville Roma 1960) no círculo externo, apresenta um arco e uma flecha no círculo interno com as palavras: “Columbia Singolo”.
Quadro de Medalhas (as primeiras cinco nações + Brasil*):
* O Brasil não participou.
II Jogos Paralímpicos – Tóquio – Japão – 1964
Data de início: 03 nov de 1964
Data de encerramento: 12 nov 1964
Abertura oficial: Yoshiaki Kasai
Juramento do Atleta: Shigeo Aono
Nações: 21
Atletas: 375
Esportes: 9
Eventos: 144
Entusiasmados com a ideia dos Jogos Paralímpicos, após as competições em Roma começaram as discussões com o Dr. Guttmann. Para Tóquio, houve grande progresso com especialistas japoneses visitando Stoke Mandeville para estudar métodos de reabilitação. Em 1962, dois concorrentes japoneses participaram dos Jogos em Stoke Mandeville.
O Sr. Kasai, presidente da então recém-organizada Associação Desportiva Japonesa para Deficientes (JSAD) se tornou o presidente do Comitê Organizador Japonês.
Os Jogos foram em grande parte financiada através de doações generosas de grandes organizações com sede no Japão, incluindo os governos nacional e municipal, a Câmara Japonesa de Comércio, a Associação de Beisebol Profissional e cerca de 2.000 contribuintes menores.
Como as competições anuais continuaram sendo disputadas, a segunda edição das paralímpiadas é originalmente denominada XIII Jogos Internacionais de Stoke Mandeville.
Com a presença do príncipe Akihito e da princesa Michiko do Japão, assistida por cerca de 5 mil pessoas, a cerimônia da abertura foi realizada no Estádio Oda localizado na Vila Olímpica.
Diferente da edição de 1960, em várias provas havia mais de três competidores, acabando com a garantia de ganhar uma medalha ao completar o evento. Era de fato o início da maior competitividade entre os atletas deficientes.
Com as disputadas de nove esportes: atletismo, basquete em cadeiras de rodas, dardos, esgrima, natação, levantamento de peso, sinuca, tênis de mesa, tiro com arco. A novidade foi
à introdução da prova de corrida de cadeira de rodas, 60 metros no atletismo. A partir deste ano, as corridas de cadeira de rodas se tornaram um dos eventos mais importantes das paralimpíadas.
A imprensa japonesa de rádio e televisão realizou uma cobertura intensa do evento, acabando com as preocupações do Comitê Organizador que poderia ser difícil criar o interesse da mídia por causa do foco sobre os Jogos Olímpicos realizados também em Tóquio.
Os grandes destaques
Margaret Harriman – Rodésia – Tiro com Arco
Serge Bec – França – Esgrima
Dick Thompson – Grã-Bretanha – Esgrima
Ron Stein – Estados Unidos – Atletismo
Daniel Erasmus – África do Sul – Atletismo
Os Jogos em Tóquio foram um enorme sucesso e novamente quase 5 mil pessoas assistiram a cerimônia de encerramento no Ginásio Nacional de Yoyogi.
A medalha dos Jogos
Apesar do nome “Paralimpíadas” ser usado pela primeira vez em Tóquio, na medalha e na foi impresso o nome “Os Jogos de Tóquio para Deficientes Físicos”.
A medalha apresenta pássaros estilizados à frente do Monte Fuji (a montanha mais alta do Japão). A fita com uma pomba com cinco anéis entrelaçados, semelhantes aos três anéis entrelaçados utilizados pela Federação Internacional de Esportes para cadeirantes de Stoke Mandeville – ISMWSF, organismo que antecedeu a Federação Internacional de Esportes para Amputados – IWASF.
Quadro de Medalhas (as primeiras cinco nações + Brasil*)
* O Brasil não participou.
III Jogos Paralímpicos – Tel Aviv – Israel – 1968
Data de início: 04 de nov. 1968
Encerramento: 13 de nov. de 1968
Abertura oficial: Yigal Allon – Primeiro Minsitro
Nações: 29
Atletas: 750
Esportes: 10
Eventos: 181
A ideia original era de realizar os Jogos Paralímpicos na Cidade do México, que naquele ano, recebeu os Jogos Olímpicos, entretanto, apenas dois anos antes, o governo mexicano alegou dificuldades técnicas e desistiu de receber o evento.
Para manter o movimento paralímpico em crescimento, Sir Ludwig Guttmann aceitou o convite do governo de Israel (que celebrava o 20º aniversário da independência) e da ILAN (Organização Israelense para os Indivíduos com Deficiência Física) para sediar os Jogos Internacionais de Stoke Mandeville na cidade de Ramat Gan, próximo de Tel Aviv.
Fruto dos ressentimentos da Segunda Guerra Mundial, ao preencherem os formulários para os vistos de entrada em Israel, os atletas alemães eram questionados se foram nazistas.
Mais de 10.000 espectadores participaram da cerimônia de abertura no estádio da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Sob a direção de Gershon Huberman, foi introduzido o Lawn Bowls (esporte de precisão com o objetivo de colocar uma bola assimétrica, chamada bowl mais próxima de uma bola branca, chamada jacky ou kitty ou sweetie), que é praticado ao ar livre ou em superfícies cobertas.
Foi disputado o primeiro torneio de basquete em cadeira de rodas para as mulheres e a estreia da prova de 100 metros em cadeira de rodas para os homens.
E também ocorreram mudanças nos sistemas de classificação do atletismo, do basquetebol em cadeira de rodas e da natação.
Os grandes destaques
O italiano Roberto Marson aos 25 anos foi o atleta de destaque dos Jogos. Em 1964, ele conquistou duas medalhas de ouro no atletismo. Em 1968, ampliou sua participação para mais dois esportes: natação e esgrima. Roberto levou para casa dez medalhas de ouro: três no atletismo, três na natação e quatro na esgrima.
Lorraine Dodd da Austrália estabeleceu três recordes das paralímpiadas em sua classe: 25 m costas, 25 m livres e 25 m peito, todos no mesmo dia.
O americano Ed Owen venceu quatro medalhas de ouro: duas no atletismo e duas na natação, uma de prata no basquete de cadeira de rodas e uma de bronze no atletismo.
Na final de basquete em cadeira de rodas masculino, sob a liderança do capitão Baruch Hagai, Israel derrotou os Estados Unidos por 47 a 37.
O número de voluntários era o dobro de atletas, fato que ajudou o sucesso dos Jogos.
A medalha dos Jogos
*Não encontramos fotos da medalha
Apresenta o emblema da Federação Internacional de Esportes para cadeirantes de Stoke Mandeville – ISMWSF, com seus valores: amizade, união e espírito esportivo – escritos sobre as três rodas interligadas.
Quadro de Medalhas (as primeiras cinco nações + Brasil*):
* O Brasil não participou.
IV Jogos Paralímpicos – Heidelberg – Alemanha – 1972
Data de início: 02 de ago. 1972
Data de encerramento: 11 de ago. 1972
Abertura oficial: Gustav Heinemann – Presidente da Alemanha Ocidental
Nações: 41
Atletas: 1004
Esportes: 10
Eventos: 181
Após os Jogos Olímpicos realizados em Munique, a Vila Olímpica foi fechada e convertida em apartamentos privados. Como a Associação Esportiva Alemã para Pessoas com Mobilidade Sports (DVS) não encontrou alojamento adequado em alojamento adequado em Munique para os atletas, a cidade de Heidelberg interveio e convidou os organizadores a sediar os Jogos no Instituto da Universidade para treinamento físico.
Foi a última edição apenas para pessoas com lesões na medula espinhal e doenças relacionadas. Atletas com deficiência visual participaram em eventos de demonstração, precursores a inclusão definitiva.
O presidente da República Federal da Alemanha Gustav Heineman foi o patrono e declarou oficialmente aberto os Jogos na cerimônia de abertura em 2 de agosto.
O Brasil competiu pela primeira vez com participação de vinte atletas (todos homes) em quatro esportes: atletismo, basquete em cadeiras de rodas, natação e tiro com arco. Não conquistamos nenhuma medalha.
Os grandes destaques
Uma série de novos recordes mundiais foi quebrada na natação. Destaque para o holandês Van der Bender nos 100 m livres, que marcou 1:12.40 minuto.
Zipora Rubin de Israel estabeleceu uma nova marca mundial no lançamento de dardo com 18,5 metros.
Com mais de 4 mil espectadores, na revanche do basquete em cadeira de rodas masculino, vitória dos Estados Unidos sobre Israel por 59 a 58.
Os Jogos Paralímpicos de Heidelberg ficaram marcados pela riqueza de atividades sociais e culturais durante os jogos.
Inusitada foi a criação da barraca da cerveja, um ponto de encontro noturno dos atletas que se tornou tradição nos Jogos de 1976, 1980 e 1984.
A medalha dos Jogos
*Não encontramos fotos da medalha
Como em Tel Aviv, a medalha apresentou o emblema da Federação Internacional de Esportes para cadeirantes de Stoke Mandeville – ISMWSF, contornado com a expressão: “XXI Internationale Stoke Mandeville Spiele – I.S.M. Games” (XXI Jogos Internacionais de Stoke Mandeville).
Não havia diferenças entre as medalhas de ouro, prata e bronze.
Quadro de Medalhas (as primeiras cinco nações + Brasil*):
* O Brasil não conquistou medalhas.
V Jogos Paralímpicos – Toronto – Canadá – 1976
Data de início: 04 de ago. de 1976
Data de encerramento: 12 de ago. 1976
Abertura Oficial: Kevin Cheuk
Nações: 40
Atletas: 1657
Esportes: 13
Eventos: 447
Montreal realizou os Jogos Olímpicos e a cidade de Toronto recebeu os Jogos Paralímpicos, chamados de “Torontolympiad”.
Neste mesmo ano, na cidade sueca de Örnsköldsvik a primeira edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno.
Um público recorde de quase 24 mil pessoas assistiu a cerimônia de abertura realizada no Hipódromo Woodbine.
A novidade foram as competições com a participação de 261 amputados e 167 cegos ou deficientes visuais. Atletas com outras deficiências deveriam ter disputados os Jogos em 1960, mas Guttmann foi inflexível. Em sua opinião, outros deficientes poderiam impactar negativamente os atletas com lesões na coluna. Em Toronto, isto mudou.
As longas filas para entrar e sair dos elevadores foi o principal problemas dos atletas nos alojamentos nas universidades de York, de Toronto e no CNIB. Por causa da dificuldade de acesso, foram construídas docas de acessos para os cadeirantes e ônibus escolares transportavam os paratetlas dos alojamentos até os locais de competição.
Foram ampliadas as provas de corrida em cadeiras de rodas: 200, 400, 800 e 1500 metros, foram incluídos o goalball e o tiro esportivo e pela primeira houve transmissão ao vivo de televisão, limitada a região de Ontário, com uma audiência de mais de 600 mil telespectadores.
Em protesto contra a participação de atletas sul-africano, representantes de vários países não competiram.
Os grandes destaques
Arnie Boldt do Canadá aos 18 anos venceu o salto em altura com 1,86 m e em distância com 2,96 m, única paratleta amputada com um desempenho memorável.
Com 19 segundos, o cadeirante americano David Kiley estabeleceu um novo recorde mundial nos 100 metros. Em seguida, ele estabeleceu um novo recorde mundial nos 800 m com um tempo de 2:47 minutos e dos 1.500 m com o tempo de 5:32 minutos. Ele também foi membro do time de basquete de cadeira de rodas dos EUA que derrotou Israel no jogo da medalha de ouro.
A Holanda demonstrou sua força na piscina, levou para casa 36 medalhas de ouro na natação.
A cerimônia de encerramento aconteceu no Estádio Centennial Park.
A medalha dos Jogos
*Não encontramos fotos da medalha
Na frente, uma pétala alargada com os três anéis, com o nome oficial do evento “Torontolympiad – 1976 Olympiad for the Physically Disabled” (Olimpíada de Toronto – A Olimpíada de 1976 para os deficientes motores).
No verso, um motivo de seis pétalas junto ao hexágono central. Cada uma das pétalas exibe três rodas interligadas o logo da Federação Internacional de Esportes para cadeirantes de Stoke Mandeville – ISMWSF. Acima a inscrição “Everyone Wins”(todos ganham) e em braile no contorno “1976 Toronto Olympiad” (Olimpíada Toronto 1976).
Quadro de Medalhas (as primeiras cinco nações + Brasil):
A medalha do Brasil
VI Jogos Paralímpicos – Arnhem – Holanda – 1980
Data de início: 21 junho de 1980
Data de encerramento: 30 junho de 1980
Abertura Oficial: Princesa Margriet
Nações: 43
Atletas: 1973
Esportes: 13
Eventos: 489
Nesta edição foi consolidado o programa esportivo com os quatro principais grupos de deficiências: amputados, paralisados cerebrais (estreando nas competições), deficientes visuais e cadeirantes. As respectivas federações internacionais foram simultaneamente representadas nos Jogos pela primeira vez.
Foi criado o ICC – Comitê Internacional de Coordenação com representante de cada federação, que posteriormente deu lugar ao IPC – Comitê Paralímpico Internacional como o corpo governante dos Jogos Paralímpicos.
Foram disputados treze esportes diferentes: Atletismo, Basquete em cadeira de rodas, Dardos, Esgrima em cadeira de rodas, Goalball, Lawn Bowls, Levantamento de peso, Luta, Natação, Tênis de Mesa, Tiro com arco, Tiro esportivo e Vôlei sentado.
Realizada no Estádio Papendal para um público de 12 mil pessoas e oficialmente aberta pela Princesa Margriet.
Os grandes destaques
A arqueira Neozelandesa Neroli Fairhall que venceu a prova FITA dupla para cadeirantes, competiu na prova individual nos Jogos Olímpicos em 1984 e terminou no 35º lugar entre 56 participantes.
A equipe de Holanda levou a primeira medalha de ouro masculina do vôlei sentado ao vencer a Suécia na final.
A Alemanha venceu a competição do goalball na estreia do esporte.
Na piscina, a deficiente visual americana Trischa Zorn ganhou sete medalhas de ouro.
Com uma perna amputada Arnold Boldt saltou 1,96 metro e ganhou o ouro no salto em altura.
A medalha dos Jogos
*Não encontramos fotos da medalha
Com o logo ao centro, com a inscrição “Olympics for the Disabled Holland 1980” (Olimpíada para deficiente Holanda 1980).
As mascotes dos Jogos
As primeiras mascotes paralímpicos foram criadas por um concurso realizado pela AVRO, a empresa de radiodifusão holandesa. Os participantes foram convidados a enviar os modelos feitos à mão. Venceu o par de esquilos criados pelo holandês Necky Oprinsen de St. Michelsgestel.
Quadro de Medalhas (as primeiras cinco nações + Brasil*):
* O Brasil não conquistou medalhas.