Sendo o mais velho do elenco do Fluminense, o meia Nenê mostrou, nesta terça-feira, 13, que idade não quer dizer muita coisa quando a vontade, e a habilidade falam mais alto. Ele marcou o primeiro gol da equipe diante do Cerro Porteño na Libertadores, e atingiu uma marca histórica.
A uma semana de completar 40 anos, Nenê foi o capitão da equipe do Fluminense na ausência de Fred, que acabou sendo cortado do time algumas horas antes do jogo.
Com o gol marcado aos 49 minutos, o camisa 77 se tornou o jogador mais velho a marcar nas fases de mata-mata da Libertadores, o principal torneio entre times da América do Sul, segundo divulgado pelo próprio clube Tricolor.
“É uma alegria muito grande ter feito nesse jogo tão importante para a gente. Até hoje, era o mais importante da temporada do Fluminense. (…) Fico até emocionado porque era um jogo ao qual esperavam muito da gente, e graças a Deus pude ajudar meus companheiros a conquistar uma grande vitória. Isso me dá muito mais motivação ainda para continuar ajudando e honrando essa camisa”, disse o jogador em entrevista coletiva depois da partida.
Além dessa marca já muito especial, Nenê ainda se tornou o terceiro brasileiro mais velho a entrar em campo pela Libertadores. Com pouquíssimos dias de virar quarentão, ele ultrapassou grandes nomes do futebol. Confira:
Renato (ex-volante do Santos), Juan (ex-zagueiro do Flamengo), Dida (ex-goleiro do Grêmio), Fernando Prass (ex-goleiro do Palmeiras), Leonardo Silva (ex-zagueiro do Atlético-MG), Léo Moura (ex-lateral-direito do Grêmio), Ricardo Oliveira (ex-atacante do Atlético-MG) e Emerson Sheik (ex-atacante do Corinthians).
Dessa forma, ele ficou atrás apenas do ex-goleiro do São Paulo, Rogério Ceni (42 anos, 3 meses e 22 dias) e do ex-meia do Palmeiras, Zé Roberto (42 anos, 11 meses e 29 dias).
O jogo
Primeiro tempo
A etapa inicial do Fluminense foi dominante. Mesmo jogando fora de casa, a equipe de Roger Machado controlou a partida e não deu muitos espaços para o Cerro Porteño. Os paraguaios se salvaram, pois Jean estava inspirado e fez grandes defesas em chutes de Caio Paulista, Nenê e Gabriel Teixeira.
Os primeiros 15 minutos foram de muita pressão do Fluminense, que ficou no quase em chutes de Caio Paulista e Nenê. O primeiro, logo aos três minutos, cortou para o meio e finalizou para fora. Aos seis, foi a vez do camisa 77 receber do atacante e bater no canto esquerdo para a defesa de Jean.
Na sequência, foi a vez de Abel Hernández perder uma das chances mais claras do primeiro tempo. Egídio fez grande jogada individual, levou até a linha de fundo e cruzou para a área. Abel Hernández ficou livre na área e tinha tudo para fazer o gol, porém deu de ombro e mandou para fora.
O uruguaio, mais na parte final da etapa inicial, perdeu uma oportunidade inacreditável. Gabriel Teixeira foi lançado por Nenê e cruzou para a área. Abel Hernández chegou batendo e a bola passou triscando a trave com a finalização contra a meta do Cerro Porteño.
Quem também ficou próximo de abrir o placar em outra oportunidade foi Nenê. O meio-campista teve a chance de bater uma falta da intermediária e a cobrou com capricho. O camisa 77 bateu bem e viu a bola carimbar o ângulo de Jean, que respirou aliviado ao ver o chute sair pela linha de fundo.
Depois de o Fluminense perder um caminhão de gols, foi a vez do Cerro Porteño não saber aproveitar as chances que surgiram. A primeira foi com Morales, o lateral recebeu cruzamento da direita e chegou finalizando. A bola passou perto da meta de Marcos Felipe e saiu.
Na sequência, aos 34 minutos, Boselli perdeu um gol inacreditável. O ex-atacante do Corinthians ficou livre na área e cabeceou firme contra o goleiro do Fluminense. No entanto, Marcos Felipe se esticou todo e operou um milagre no está La Olla, no Paraguai.
Por fim, aos 40 minutos, depois de tanta pressão do Fluminense, foi o Cerro Porteño quem abriu o placar. Boselli desviou o chute para a área e colocou para o fundo das redes. No entanto, o VAR entrou em ação e analisou o lance. A conclusão foi de que o centroavante estava a frente no lance e o impedimento acabou sendo decretado.
Segundo tempo
Na segunda etapa, depois de tanto o Fluminense pressionar o Cerro Porteño no primeiro tempo, a equipe carioca finalmente conseguiu abrir o placar com Nenê. Logo aos três minutos, Luiz Henrique fez grande jogada individual, e tocou para André. O volante cruzou, Caio Paulista dominou e tentou Hernández, que não soube dominar e o camisa 77 apareceu para fazer 1 a 0.
Em resposta ao Fluminense, o Cerro Porteño se jogou no campo de ataque e quase surpreendeu a equipe de Roger Machado. Morales e Espínola tiveram chances claras contra Marcos Felipe, porém não souberam aproveitar e finalizaram por cima do gol.
O Tricolor foi esperto e soube trabalhar com os espaços dados no contra-ataque. Nenê puxou pela direita e tocou para Caio Paulista, que perdeu a bola na grande área e teve a sorte de Egídio pegar o rebote e acertar uma bomba para fazer 2 a 0 e deixar o Flu com larga vantagem.
Após colocar o 2 a 0 no placar, tanto Fluminense e Cerro Porteño tiveram chances claras de gol, porém viram seus jogadores não conseguirem transformar as oportunidades em bolas na rede. Cazares e Caio Paulista fizeram Jean trabalhar, enquanto Marcos Felipe defendeu chutes de Morales.