Se, em 2013, alguém contasse para o torcedor palmeirense que em nove anos o clube teria conquistado duas Copas do Brasil, dois Campeonatos Brasileiros, um Campeonato Paulista em cima do maior rival e uma Copa Libertadores, seria quase impossível de acreditar.
O início
As dificuldades encontradas pelo Palmeiras no começo da última década, na verdade vêm desde o início do século. Com gestões pavorosas, a equipe paulista ficou escondida no cenário nacional desde a queda, em 2002, até 2008, quando conquistou o título do Paulistão e terminou o Campeonato Brasileiro em quarto lugar, se classificando para a Libertadores.
A perda do título do brasileirão
E então chega 2009, um dos anos que a torcida alviverde não vai esquecer. Na ocasião, o Palmeiras, que ocupou a primeira colocação do Campeonato Brasileiro durante 17 rodadas, perde a liderança na 34ª, faltando apenas quatro para o final da competição. Além de perder o título, a equipe ainda terminou em quinto lugar que, na época, não dava vaga para a Libertadores.
Em uma entrevista à Rádio Bandeirantes, Muricy Ramalho, técnico do Palmeiras na ocasião, explicou o porquê de o time não ter conseguido o título brasileiro em 2009.
“A explicação é fácil. A gente tinha um time, e não um elenco. Quando perdemos o Maurício, o Pierre e o Cleiton Xavier, perdemos o campeonato. Ficamos sem a espinha dorsal”, comentou o ex-treinador.
Os reflexos não só de uma temporada desastrosa, mas sim de uma sucessão de gestões ineficientes, começaram a surgir a partir de 2010. A equipe decidiu abrir mão do Campeonato Brasileiro para focar na Sul-Americana, onde foi eliminada pelo Goiás na semifinal da competição. Mesmo repatriando jogadores de muita identificação com o clube como Kléber e Valdívia, o clube passou em branco mais uma temporada.
Início conturbado de uma década vitoriosa
Já sem muito orçamento devido à construção de sua nova arena, o Palmeiras tinha um elenco limitado e já não tinha projeções para as temporadas seguintes. Mas em 2012, o técnico Felipão conseguiu levar o Verdão ao título da Copa do Brasil e, consequentemente, a vaga para a Libertadores do ano seguinte.
A temporada parecia que seria realmente tranquila para o clube paulista, mas não foi o que aconteceu. O mal planejamento durante o ano, fez com que jogadores determinantes no desempenho da equipe acabassem lesionados. O Palmeiras tinha um time titular, mas o elenco ainda era limitado, o que levou o clube ao seu segundo rebaixamento na história.
Em 2013, disputando a Série B, o clube chegou às oitavas de final da Libertadores, onde foi eliminado pelo Tijuana do México, após perder em casa com falha de Bruno. restante da segunda divisão foi tranquila e o maior campeão nacional conseguiu o acesso sem grandes problemas. Além da volta à elite, o ano foi marcado pela posse do presidente Paulo Nobre, que mudou a forma de gerir o clube e era a esperança de novos tempos.
Em 2014, ano do centenário, a temporada parece ter sido ainda mais conturbada. Com atuações tímidas na Copa do Brasil e no Paulistão, o Palmeiras se mantinha focado em se manter na elite do futebol brasileiro, e passou boa parte do campeonato brigando contra o rebaixamento. Situação que só foi definida na última rodada. A equipe paulista com 39 pontos e o Vitória, da Bahia, com 38.
O Verdão encarou o Atlético Paranaense no Allianz Parque, empatou em 1×1 e chegou aos 40 pontos. Caso o Vitória vencesse o Santos, chegaria a 41 e o Palmeiras estaria rebaixado novamente. Mas aos 49 minutos do segundo tempo, Thiago Ribeiro marcou o gol que daria a vitória para o Santos e a permanência na Série A para o Palmeiras.
Início de uma nova era
Em 2015, após grande reformulação no elenco com investimentos do próprio presidente e da patrocinadora Crefisa, o Palmeiras conseguiu montar um elenco competitivo. Após eliminar o Corinthians na hoje chamada Neo Química Arena, o Verdão chegou à final do Paulistão, onde foi derrotado pelo Santos. Mas a temporada ainda reservava grandes coisas. Com campanha emocionante, a equipe chegou à final da Copa do Brasil e, novamente, contra o Santos.
Mas dessa vez o final foi diferente. Depois de perder o primeiro jogo por 1×0, o Palmeiras venceu o Santos por 2×1 e levou a decisão para os pênaltis, onde se sagrou campeão.
Em 2016, veio o tão esperado título do Brasileirão, após 22 anos de espera. Dominante do início ao final do campeonato, o time comandado por Cuca liderou o campeonato por 29 rodadas e se sagrou campeão com uma rodada de antecedência. Com os títulos e a renda extra, o clube foi se reforçando e contratando ao longo dos anos.
Na temporada seguinte, a equipe lutou pelo título nacional até o final, mas viu seu maior rival Corinthians, levantar a taça em um ano em que o verdão acabou passando em branco.
Em 2018, a temporada não começou da melhor forma. A equipe chegou na final do Campeonato Paulista, que foi disputada contra o Corinthians. Após vencer o primeiro jogo fora de casa por 1×0, o Palmeiras não fez um bom jogo no confronto decisivo, perdeu em casa também por 1×0 e perdeu o título nos pênaltis. Mais tarde, veio mais um título brasileiro para a conta do incontestável maior campeão nacional. Agora com Felipão no comando, o Verdão conseguiu uma arrancada na tabela após ser eliminado na Libertadores e faturou o mais um título nacional.
A Tríplice Coroa
Após passar a temporada de 2019 em branco, o Palmeiras foi para a temporada de 2020, visando ainda mais títulos. Começou com Vanderlei Luxemburgo, que levou o clube ao título paulista conquistado em cima do Corinthians. Mas após uma sequência de maus resultados no Brasileirão, o treinador foi demitido e então chegou Abel Ferreira. Com o português, o Palmeiras fechou uma temporada quase perfeita e conquistou os títulos da Copa do Brasil, de forma invicta e da Libertadores, fechando a temporada mais vitoriosa da história do clube, com a Tríplice Coroa.