Neste fim de semana, Cláudio Honigman, presidente da Elephant, empresa responsável por administrar o Fluminense desde 2017, enviou um comunicado à CBF pedindo dispensa da Série B do Campeonato Brasileiro.
Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou o caso e votou pela permanência do Figueirense na sequência da Série B do Brasileiro. De acordo com informações do Globo Esporte, a procuradoria rejeitou o pedido de abandono.
Chiquinho de Assis, mandatário interino do clube, já havia declarado, em coletiva de imprensa, que o time permaneceria no Brasileirão.
“Em virtude da divulgação de notícias de que o Sr. Cláudio Honigman teria comunicado à CBF que o Figueirense abandonaria a Série B do Campeonato Brasileiro, comunicamos a todos, desde já, que na data de ontem (23/09/2019) foi proferida decisão judicial decretando-se a ineficácia de todos os atos por ele praticados na gestão do clube a partir das 18h30 do dia 20/09/2019, incluindo-se aí referida comunicação de abandono. Além disso, restou determinado ao Sr. Cláudio Honigman que entregue à Associação Figueirense, imediatamente, todos os documentos e senhas que tenha relacionadas ao clube, sob pena de multa diária. Os ofícios de comunicação da decisão à Federação Catarinense de Futebol e à Confederação Brasileira de Futebol já foram expedidos e estão pendentes de cumprimento por Oficial de Justiça. Reafirmamos o nosso compromisso com a torcida alvinegra de que o clube seguirá sua retomada, a iniciar pelo jogo de hoje, às 21h30, contra o Bragantino (sic)”, afirmou ele.
A CBF vai enviar o comunicado ao STJD para que o caso seja analisado. Se o pedido for acatado, o Fuigueirense será suspenso por dois anos de todos os eventos e competições promovidos pela CBF. Após a pena, ele poderá retornar, mas na Série D do campeonato nacional.
Em nota, o clube afirmou que não foi avisado ainda sobre a dispensa.
Confira o comunicado na íntegra:
O Figueirense Futebol Clube informa que não foi comunicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o pedido feito pelo ex-presidente, Claudio Honigman, de abandonar a disputa do Campeonato Brasileiro.
Nas próximas horas, a equipe jurídica do clube encaminhará à CBF toda a documentação necessária para desmentir a intenção de desistir da disputa.
O clube comunica ainda que nunca cogitou a desfiliação ou o abandono do Campeonato Brasileiro. O jurídico do clube analisa o caso.
Tranquilizamos a Nação Alvinegra e informamos que a partida desta noite, contra o Bragantino, no Estádio Orlando Scarpelli, está confirmada. Contamos com a presença e o apoio de nossa imensa e apaixonada torcida.
COMPLICAÇÕES FINANCEIRAS
Em recente partida contra o Cuiabá, os jogadores protestaram contra os atrasos de salários e se recusaram a entrar em campo, perdendo assim de W.O.
Os atletas já haviam avisado a diretoria que isso iria ocorrer caso não houvesse o pagamento dos salários atrasados do mês de junho.
“Os atletas profissionais do Figueirense Futebol Clube vem a público exigir que a diretoria se comprometa através de nota oficial a não realizar retaliações como: rescisões contratuais, afastamento de qualquer atleta ou demissão de funcionários sem justa causa até o final do Campeonato Brasileiro da Série B 2019. Ainda que se comprometam a quitar todos os débitos com as categorias de base, funcionários do clube, prestadores de serviços, colaboradores e nós, os jogadores, sendo pago totalmente a dívida em questão. (…) Nosso elenco como sempre permanecerá unido”, informaram os atletas em carta aberta divulgada nas redes sociais.
Uma semana depois, em nota oficial, o clube informou que havia quitado a dívida apenas com jogadores sub-15 e sub-17. Porém, um mês após o comunicado, o clube cancelou os treinos das categorias de base devido a crise financeira. Eles não estão indo treinar por conta de dívidas com a empresa que realiza o transporte dos jogadores.
Recentemente, os atletas sub-15 e sub-17 também ficaram sem ter o que comer por inadimplência com fornecedores.
Com a crise, jogadores importantes estão deixando o clube, como o jovem Echaporã, que foi para o Atlético-MG, ou pedindo a rescisão de contrato, como o goleiro Denis e o volante Jean Martim.