O clima na Red Bull Racing segue tenso e cheio de incertezas, envolvendo não apenas o futuro de Max Verstappen, mas também o poder de influência do chefe da equipe, Christian Horner. No último fim de semana, durante o GP da Inglaterra, em Silverstone, as tensões ficaram ainda mais visíveis. Segundo o portal alemão F1 Insider, Horner e Jos Verstappen — pai do tricampeão mundial — tiveram uma discussão no paddock após a corrida.
O episódio aconteceu na noite de domingo (6), depois de uma prova na qual Max Verstappen, apesar de ter largado na pole position, terminou apenas na quinta colocação. O F1 Insider descreveu o bate-boca como “inaudível, mas em um tom de voz nada amigável”, intensificando rumores sobre o distanciamento entre Horner e o entorno de Verstappen dentro do time austríaco.
Exigências para permanência de Verstappen incluem redução do poder de Horner
A situação ganhou ainda mais força após reportagem da revista alemã Auto Motor und Sport apontar que a permanência do piloto neerlandês na Red Bull — mesmo com conversas com a Mercedes no horizonte — estaria condicionada à redução do poder concentrado nas mãos de Horner.
Segundo a publicação, o chamado “clã Verstappen” estaria pressionando por uma nova divisão de responsabilidades em áreas estratégicas como engenharia, motores e marketing, hoje controladas quase totalmente por Horner. O modelo desejado seria semelhante ao da McLaren, que distribuiu funções estratégicas entre diferentes líderes executivos para diluir o poder centralizado.
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Horner defende atual modelo de gestão na Red Bull
Em resposta às especulações, Christian Horner saiu em defesa do método de trabalho centralizado que adota na Red Bull, afirmando que a estrutura atual “funciona incrivelmente bem”.
“Acho que cada estrutura de equipe é diferente. A função de um diretor em equipes diferentes, embora o cargo tenha o mesmo nome, a definição da função é muito diferente”, explicou o chefe da Red Bull.
Horner comparou o modelo da Red Bull com outras equipes para ilustrar a lógica por trás do seu sistema de comando. “A McLaren tem atividades na Indy, em carros esportivos, em uma série de atividades diferentes. Na Red Bull, tenho uma estrutura clara que se reporta a mim, semelhante ao que provavelmente faz Andy [Cowell, da Aston Martin] ou Toto Wolff [da Mercedes]. Pierre Waché provavelmente desempenha 80% da função que talvez Andrea [Stella] desempenhe na McLaren.”
O britânico destacou que a atual configuração foi fundamental para os sucessos recentes da equipe. “É somente um cargo diferente, funções diferentes, uma configuração diferente. É uma configuração que tem funcionado incrivelmente bem para nós na pista e fora dela”, afirmou.
Horner ainda frisou que a Red Bull possui uma liderança sênior sólida e não vê necessidade de mudanças drásticas. “Temos força em profundidade. Não sentimos, e eu certamente não sinto, que haja necessidade de mudar ou ajustar isso. É claro que uma organização está sempre se ajustando e melhorando, mas nossa estrutura, da maneira como está posicionada, é muito, muito clara.”
A Fórmula 1 retorna entre os dias 25 e 27 de julho, com o GP da Bélgica em Spa-Francorchamps.