Não é necessário ser fã de Fórmula 1 para ouvir o nome Max Verstappen e rapidamente associá-lo a uma latinha de energético da Red Bull. Ou vice-versa, é claro. Mesmo que a habilidade indiscutível do piloto sirva como justificativa para o seu sucesso de forma suficiente, seria negligência ignorar o papel da empresa na construção de sua imagem, principalmente para o público leigo.
Quem acompanha o mínimo de automobilismo pode estranhar a possibilidade de ver o tetracampeão holandês com outro macacão que não seja o da Red Bull. Afinal, a parceria já soma mais de uma década (contando os anos de Toro Rosso) e pode perdurar até a sua aposentadoria, quando seu contrato termina, em 2028.
E falta de oportunidades certamente não é o problema. Afinal, qual equipe com orçamento suficiente não gostaria de ter o ‘leão holandês’ guiando o seu carro? Em 2024, Toto Wolff, chefe da Mercedes, admitiu que as Flechas Prateadas tinham Verstappen na mira. Neste ano, o ‘Daily Mail’ divulgou informações sobre um suposto projeto bilionário da Aston Martin para roubá-lo da Red Bull.
Ver essa foto no Instagram
O clichê “não se mexe em time que está ganhando” pode até funcionar, mas não o tempo todo. Ainda que tenha faturado quatro mundiais consecutivos com a escuderia austríaca, Max não teve o melhor carro em todos eles. No último ano, ele conquistou o Campeonato de Pilotos enquanto a Red Bull precisou se contentar com a terceira posição na disputa de Construtores.
No entanto, a equipe da empresa de energéticos entende o valor do holandês e garante o necessário para mantê-lo em seu cockpit. A ‘cláusula Helmut Marko’, que permitia a saída de Max caso o conselheiro (seu aliado) deixasse a Red Bull foi removida visando fortalecer o coletivo do time austríaco.
A longevidade de Max na Red Bull
Em exclusiva ao SportBuzz, Cássio Cortes, que comandou a comunicação de Motorsport da Red Bull, falou sobre o fenômeno. “O que explica a longevidade é o que ocorre em qualquer equipe de Fórmula 1: o resultado. A parceria com o Adrian Newey gerou um carro campeão nesse regulamento novo de 2022, eles dominaram totalmente 2022, 2023 e já tinham sido campeões em 2021”, iniciou.
“Em 2024 penaram, mesmo assim foram. Então, a estratégia é a de qualquer equipe para manter qualquer piloto, fazer o carro mais rápido do grid, algo que a Red Bull não conseguiu fazer na segunda metade do ano passado”.
O quanto há de esporte e o quanto há de marketing
O jornalista do canal ‘Acelerados’, no YouTube, ainda pontuou que a propaganda referente à empresa de energéticos através do piloto é um pilar secundário, principalmente devido ao perfil de Verstappen. “O Max é um cara quase o oposto do [Lewis] Hamilton (piloto da Ferrari) nesse sentido, porque ele faz o mínimo possível de atividade de marketing, ele é um piloto à moda antiga”, disse.
“Ele quer sentar no carro e acelerar, ele não é showrunner, ele fala com a imprensa só dentro dos eventos e faz o mínimo possível de atividade de marketing. Então, ele é um cara que entrega retorno de imagem para a Red Bull graças ao seu desempenho brutalmente positivo e espetacular. É uma relação 95% de esporte e 5% de marketing”.
Projeção do futuro de Verstappen na F1
Apesar da força cultural da dupla formada por Max e pela Red Bull, Cortes não acredita que as partes sejam, de fato, indissociáveis; pelo menos, não no grid. “A gente viu o Hamilton estreando pela Ferrari, algo que era impensável. Ele foi um ativo de marca da Mercedes por uma década, o esporte é dinâmico. As coisas mudam. A gente sabe que muitas equipes querem o Max para 2026”, ressaltou.
Embora os rumores de transferência tenham esfriado, uma figura em particular pode mudar os rumos da carreira do ‘leão holandês’. “A Red Bull está em uma posição muito desconfortável em relação a manter o Verstappen a partir de 2026. Lembrando que 2026 é o primeiro ano do regulamento novo e com Adrian Newey na Aston Martin. Então, é muito possível que o Max queira se reunir com ele”, cravou Cortes.