Há pouco mais de uma semana, Max Verstappen recebeu uma das punições mais polêmicas pelos comissários de pista com serviços comunitários por usar a palavra “f***” durante a coletiva de imprensa antes do GP de Singapura de Fórmula 1. Essa sanção foi mais pesada do que a que outros receberam anteriormente por falar palavrões na coletiva de imprensa. Por exemplo, os chefes de equipe Toto Wolff e Frédéric Vasseur escaparam com uma advertência em Las Vegas no ano passado.
Em Singapura, o tricampeão mundial deixou claro como se sentia em relação à sua punição, respondendo apenas brevemente às perguntas feitas durante a coletiva de imprensa oficial após a classificação e a corrida, antes de falar abertamente com a imprensa fora da sala. Jos Verstappen, pai de Max, também acha absurda a punição e a pena de serviço comunitário de seu filho, classificando-a como a “coisa mais ridícula de todas”.
Por que a FIA está endurecendo as punições?
O presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, divulgou no verão passado que o texto do Código Esportivo Internacional havia sido alterado após uma pesquisa mostrar que “comentários negativos de pilotos e membros da equipe sênior podem levar a mais ódio contra oficiais nas mídias sociais“. Além disso, Ben Sulayem revelou recentemente que gostaria que os pilotos tivessem um pouco mais de cuidado com a linguagem.
Como as críticas dos pilotos afetam a imagem do esporte?
Os comentários feitos por pilotos de renome como Verstappen e outros influenciam diretamente a opinião pública e o comportamento dos fãs. A FIA acredita que é necessário moderar essas declarações para evitar o aumento de críticas e ataques direcionados aos oficiais de prova nas redes sociais, que muitas vezes acabam extrapolando a linha do respeito.
Para além das entrevistas e das punições, a FIA vem implementando medidas para controlar o comportamento dos pilotos dentro e fora das pistas. Por exemplo, no Campeonato Mundial de Rali (WRC), o piloto Sébastien Ogier recebeu uma multa condicional de 30 mil euros por criticar os oficiais no Rally da Acrópole, na Grécia.
Qual é o impacto dessas punições da FIA na própria comunidade da Fórmula 1?
Verstappen não é o único piloto a expressar insatisfação com essas novas medidas. O octacampeão mundial de rali, Sébastien Ogier, protestou de forma semelhante ao tricampeão de Fórmula 1 na etapa do WRC, no Chile, e também deu apenas respostas curtas nas entrevistas pós-corrida. “Fomos instruídos pela cúpula da FIA a ficar de boca fechada“, afirmou Ogier mais tarde.
Essas punições têm gerado um debate intenso sobre a liberdade de expressão dos pilotos e os limites impostos pela FIA. De um lado, há quem argumente que essas restrições são necessárias para manter a integridade e o respeito dentro do esporte. Do outro, há quem veja isso como uma forma de censura, restringindo o direito dos pilotos de expressar suas opiniões sinceras.
A FIA está abusando do poder de sancionar?
Jos Verstappen foi contundente em sua crítica, afirmando que “a FIA não está indo muito bem” e que não falaria muito sobre o assunto para evitar mais problemas. Esse sentimento de frustração não está isolado; muitos dentro da comunidade automobilística compartilham a opinião de que a organização poderia estar sendo severa demais e prejudicando a espontaneidade e a autenticidade do esporte.
O futuro próximo mostrará se a FIA continuará ou não com este rigor nas punições e como isso afetará a dinâmica e o comportamento dos pilotos tanto dentro quanto fora das pistas.
