A FIA, entidade reguladora da Fórmula 1, negou as reclamações feitas por Red Bull e Ferrari sobre a legalidade das asas dianteiras dos carros da McLaren e Mercedes. As duas equipes alegaram que as asas estavam flexionando excessivamente, o que, segundo elas, violaria os regulamentos técnicos da categoria.
No entanto, a FIA esclareceu na terça-feira que “todas as asas dianteiras estão atualmente em conformidade com os regulamentos de 2024”. Red Bull e Ferrari ainda não comentaram a decisão e nenhuma das equipes formalizou uma objeção oficial contra as asas da McLaren e da Mercedes.
A declaração da FIA foi emitida em resposta às preocupações manifestadas após o Grande Prêmio da Itália, onde o chefe da Red Bull, Christian Horner, o conselheiro de automobilismo Helmut Marko e Frederic Vasseur, da Ferrari, expressaram suas dúvidas publicamente.
“Os regulamentos são muito claros e isso é uma questão da FIA. Obviamente, eles [as asas] são testados e aprovados, mas é preciso analisar a redação das regras. Confiamos que a FIA lidará com isso”, declarou Horner. Marko foi mais enfático, afirmando que “a asa dianteira da McLaren e da Mercedes deve ser analisada”. Vasseur, por sua vez, disse: “Essa é uma discussão que prefiro ter com [o diretor de monopostos da FIA, Nikolas] Tombazis.”
As reclamações surgem em um momento em que a McLaren e a Mercedes vêm apresentando um desempenho crescente, pressionando a liderança da Red Bull nos campeonatos de pilotos e construtores. Embora a Red Bull tenha dominado o início da temporada, a equipe agora enfrenta dificuldades para manter sua vantagem.
Publicado por @fia.officialVer no Threads
Max Verstappen, que lidera o campeonato de pilotos com 62 pontos de vantagem sobre Lando Norris, da McLaren, admitiu após o Grande Prêmio da Itália que “no momento, ambos os campeonatos não são realistas” para a Red Bull. O piloto holandês não vence uma corrida desde o Grande Prêmio da Espanha, em junho, e restam oito etapas, com 232 pontos ainda em disputa.
No campeonato de construtores, a McLaren está apenas oito pontos atrás da Red Bull, intensificando a disputa pelo título.
A FIA também destacou que está monitorando constantemente a flexibilidade das carrocerias, utilizando novas câmeras onboard desde o Grande Prêmio da Bélgica. A entidade afirmou que “tem o direito de introduzir novos testes se forem suspeitadas irregularidades”. Embora não haja planos imediatos para mudanças, a FIA está avaliando a situação com vistas ao médio e longo prazo, considerando ajustes para as próximas temporadas.
A controvérsia ganhou força após imagens de uma câmera onboard mostrarem a asa dianteira da McLaren dobrando e oscilando durante a corrida em Monza. Esse tipo de flexão pode reduzir o arrasto em retas e aumentar a força descendente nas curvas, proporcionando uma vantagem competitiva.
Apesar do foco atual estar em McLaren e Mercedes, a Red Bull já esteve no centro de discussões semelhantes no passado, como em 2021, quando a FIA alterou as regras após reclamações sobre a asa dianteira da equipe austríaca.
A FIA informou que continuará monitorando as asas dianteiras nas próximas corridas, incluindo as etapas em Azerbaijão e Cingapura, para garantir a coleta de dados consistentes e precisos, permitindo uma avaliação objetiva das diferentes soluções adotadas pelas equipes.