Em 2022, Guanyu Zhou fez história ao se tornar o primeiro piloto chinês a garantir um assento na Fórmula 1, aos 22 anos. No entanto, essa conquista veio acompanhada de desafios, com o piloto da Sauber revelando ter sido alvo de insultos racistas e preconceito devido à sua nacionalidade.
Zhou, que assinou com a Alfa Romeo em 2021, posteriormente renomeada como Sauber, destacou que os primeiros episódios de discriminação começaram logo após sua contratação. “Quando assinei o contrato com a Alfa Romeo, ficou claro que as pessoas estavam fazendo muitos insultos racistas sem sequer acompanharem minha carreira”, afirmou Zhou em entrevista ao portal The Race.
🗣️ “It shows [prejudice around] nationality is a reality.”
Zhou Guanyu believes there was tellingly a very different reception to news of Ollie Bearman’s F1 graduation earlier this year compared to his own F1 debut announcement in 2021
Full article here: https://t.co/dt7WVGr6tE pic.twitter.com/saDicFEVKn
— The Race (@wearetherace) August 12, 2024
O piloto chinês, que anteriormente competia na Fórmula 2 pela UNI-Virtuosi e fazia parte da academia de pilotos da Ferrari, também mencionou a diferença de tratamento em comparação ao britânico Oliver Bearman, uma promessa da Ferrari. Bearman, que impressionou ao substituir Carlos Sainz no GP da Arábia Saudita de 2024 e terminar em sétimo lugar, assinou recentemente com a Haas para a temporada de 2025.
Zhou observou que Bearman, apesar de não ter figurado entre os dez primeiros na Fórmula 2, conseguiu uma vaga na Fórmula 1. “Você chega com o terceiro lugar na F2, vencendo quatro corridas naquele ano, e vê que um piloto fora do top-10 está conseguindo uma vaga, e há muito apoio para ele”, comentou Zhou, referindo-se à sua própria experiência, quando terminou em terceiro na temporada da Fórmula 2 vencida por Oscar Piastri, atual piloto da McLaren.
O piloto chinês, que em 2024 fez sua estreia em uma corrida em casa, foi ovacionado pelos torcedores. A China, que voltou a receber uma etapa da Fórmula 1 após cinco anos, celebrou a presença de Zhou no grid. “É incrível, e todos estavam ali para uma pessoa. Eu sou grato de ter sido essa pessoa e também espero que o interesse pelo automobilismo continue a crescer no meu país natal”, disse Zhou.
Guanyu Zhou, agora com 25 anos, destaca que o preconceito racial ainda é uma realidade difícil de ser superada, especialmente para pilotos asiáticos. “É difícil mudar isso quando você é asiático, vindo de diferentes países da Ásia, mas não estou preocupado com isso”, concluiu.