Mais de duas décadas atrás, poucos apostavam em Anton Khudobin, um goleiro reserva de um time da equipe de base/júnior do Metallurg Magnitogorsk da Rússia.
Hoje, ele se despede do hóquei com uma trajetória de superação, 114 vitórias na NHL e uma história curiosa marcada por uma das piores trocas do Minnesota Wild.
Como um goleiro desconhecido chamou a atenção da NHL
Khudobin era praticamente invisível no cenário internacional, atuando por equipes juniores russas e atuando no sistema júnior e principal do Metallurg Magnitogorsk, que competia na Superliga Russa (antecessora da KHL). Mas o desempenho no Mundial Sub-20 fez o Minnesota Wild prestar atenção.
Selecionado como a 206ª escolha do Draft de 2004, ele cruzou o oceano e fez campanhas sólidas na WHL, variando entre 22 e 23 vitórias em diferentes temporadas.
Mesmo assim, o caminho até a NHL seria longo. Passou por ligas menores como a ECHL e AHL, foi destaque em sua passagem pela ECHL. Ainda assim, enfrentava forte concorrência interna para subir ao time principal.
Decisão do Minnesota Wild mudou o destino de Khudobin
Aposta errada pode ter custado caro ao Wild. Após uma lesão grave de Josh Harding, Khudobin poderia ter sido mantido como reserva imediato de Niklas Backstrom. Mas o time optou por contratar José Théodore e, pouco depois, trocou Khudobin para o Boston Bruins.
- Em troca, o Wild recebeu dois jogadores que nunca atuaram pelo clube.
- Khudobin, por sua vez, recebeu um anel da Stanley Cup em 2011 com os Bruins.
- Seu nome não foi gravado na taça, mas ele seguiu carreira sólida por outras franquias.
- A troca foi vista como ruim para o Wild, pois não trouxe retorno, mas dificilmente é listada entre as piores da franquia.
Dica rápida: estatisticamente, com apenas seis jogos, entre goleiros com poucas partidas (amostra pequena), Khudobin registrou números historicamente altos com GAA de 1,39 e SV% de .955 pelo Wild. Um feito que torna sua saída ainda mais questionável.

Khudobin brilhou na pandemia e virou herói improvável
Durante a bolha da COVID, o nome de Khudobin ganhou destaque mundial. Com Ben Bishop fora por lesão, ele se tornou titular do Dallas Stars na reta final da temporada 2019-20.
Foram 25 jogos nos playoffs, com GAA de 2,69 e porcentagem de defesas de .917, conduzindo o time até a final da Stanley Cup contra o Tampa Bay Lightning. Embora tenham perdido em seis jogos, o desempenho de Khudobin rendeu um contrato de US$ 10 milhões por três anos.
Atenção: esse foi o momento mais valorizado da carreira do goleiro, que já tinha 30 anos na época. Muitos analistas consideraram uma das atuações mais inesperadas de um goleiro nos últimos anos.
Quais times Khudobin defendeu e como terminou sua carreira?
Ao longo de 14 temporadas na NHL, Khudobin passou por seis equipes diferentes e jogou 260 partidas. Sua trajetória inclui altos e baixos, com bons momentos em Carolina e Boston, e grande fase em Dallas.
- Estreou no Minnesota Wild, mas jogou pouco antes de ser trocado.
- Teve boas passagens pelos Bruins, Hurricanes e Stars.
- Foi negociado com o Chicago Blackhawks em 2023, jogando apenas uma partida.
- Encerrou a carreira com uma temporada discreta na KHL/VHL russa.
Mesmo com estatísticas modestas no fim da carreira, Khudobin é lembrado com carinho pelos fãs e como um exemplo de persistência no esporte.
E se o Wild tivesse apostado em Khudobin?
É impossível saber ao certo, mas se tivesse sido mantido como reserva após a lesão de Harding, Khudobin poderia ter formado uma dupla duradoura com Backstrom.
Josh Harding, infelizmente, jogaria apenas mais três temporadas antes de se aposentar por conta da esclerose múltipla. A troca com o Boston não trouxe qualquer retorno ao Wild, enquanto Khudobin mostrou consistência por mais de uma década em outros times.
Curiosamente, Khudobin teve atuações abaixo da média contra o Wild, seu ex-time, embora dados detalhados variem ano a ano. Coincidência ou não, parece que ele guardava seu pior jogo justamente contra quem o deixou ir.
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