Para correr é importante ter condições físicas, alimentação adequada, hidratação, roupa confortável, um bom par de tênis nos pés e orientação técnica. Afinal, é com o corpo que nos exercitamos, certo? Mais ou menos. Sabemos que não basta ter preparo físico se as emoções sabotarem suas melhores intenções. E essa “puxada de tapete” pode vir das formas mais variadas, seja por meio da preguiça, da insegurança, da sensação da incapacidade ou, disfarçada na exigência extrema e na falta de respeito aos próprios limites e à saúde.
“No momento decisivo, a cabeça deve apoiar e não atrapalhar o movimento”, afirma o psicólogo Hans Eberspächer, coordenador-chefe da seção de psicologia esportiva da Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Ele observa que quanto melhor a pessoa consegue sincronizar pensamento e ação, maior a possibilidade de chegar ao seu melhor de desempenho. Mas para isso, o primeiro passo é não cair na armadilha de que a cabeça é uma inimiga dos bons resultados – pelo contrário. O que sentimos e pensamos pode ser de grande ajuda para atingir sua meta.
Nos anos 70, o psicólogo americano Mihalyi Czikszentmihalyi cunhou um termo que resume bem o estado bastante positivo que alguns atletas denominam “flow” – um mergulho completo na própria ação. Despreocupada e sem resistência ou necessidade de impulso externo, a pessoa imerge na sequência de seus gestos – seja num trabalho compensador, um jogo, uma caminhada no parque ou uma prova de corrida.
Mas como alcançar esse “estado de desempenho ideal”?
O principal pré-requisito para isso é uma alternância razoável entre pressão e relaxamento. O atleta não pode se sentir sobrecarregado nem subaproveitado. No passo seguinte, ele deve se aprofundar totalmente na sequência de seus movimentos – por exemplo, visualizando a postura e as passadas corretas durante a corrida. E, em vez de apelos gerais – do tipo “concentre-se” – as indicações sobre como a ação planejada deve ocorrer são bem mais úteis. Com a prática, é possível imaginar com detalhes o movimento ideal.
Nem sempre é fácil dar conta sozinho de angústias, cobranças e ansiedade que podem atrapalhar não só o treino, mas várias outras áreas da vida, como relacionamentos pessoais e profissionais. Quando a carga parece pesada demais, o mais inteligente mesmo é procurar um psicólogo preparado para ajudar as pessoas a se entender melhor e a usar a cabeça a seu favor.
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