Na última quinta-feira (24), o mundo do boxe lamentou a perda de José Adílson Rodrigues dos Santos, o “Maguila”, ícone do esporte no Brasil. A notícia provocou grande comoção, especialmente em Sergipe, onde uma das homenagens mais marcantes ao pugilista foi realizada pelo primo e artista plástico Elias Santos, responsável por uma escultura que está exposta no Memorial de Sergipe desde o final de 2023.
Em entrevista ao ge, Elias compartilhou detalhes sobre a produção do longa-metragem “Maguila — O que é forjado na dor vive para sempre”, previsto para estrear em 2025, que pretende contar a história do ex-lutador. “Fizemos a escultura de quase três metros para o memorial, e vou lutar para ter uma na Orla da Atalaia também”, declarou. Ele reforçou o compromisso da família em manter viva a memória do lutador: “Maguila é um personagem emblemático e, no que depender de nós, a história dele não será esquecida. Também ganhamos um edital da Lei Paulo Gustavo para a realização do filme sobre ele”.
O primo revelou que ambos cresceram em sítios vizinhos no que hoje é o Bairro Santos Dumont, em Aracaju. Elias recordou que sua mãe, professora, chegou a dar aulas a Maguila na infância, antes da mudança do lutador para São Paulo em busca de oportunidades. “Temos seis anos de diferença, e vivemos muitas histórias na infância”, contou o artista.
Maguila é gigante na história dos esportes brasileiros. Doce, carismático e golpes fulminantes. Encantou gerações. Simplicidade de um guerreiro. Descanse em paz, campeão! 🇧🇷
— Igor Ribeiro (@igorribeiromma) October 24, 2024
Mais tarde, após o reconhecimento de Maguila nos ringues, os primos se reencontraram em diversas visitas do boxeador à sua terra natal. “Ele trazia luvas usadas e incentivava a gente no boxe, mesmo sem ensinar a técnica”, disse Elias. “Ele falava com seu jeito irreverente: ‘Toque a porrada aí’. Também levava todos ao centro da cidade, à praia e ainda pagava sorvete para a turma toda.”
A sala “Notáveis Sergipanos”, onde a escultura de Maguila está em exposição, foi inaugurada junto com a nova sede do Memorial de Sergipe no final de 2023. Além da escultura, o espaço conta com cinturões, luvas e outros itens doados pela família do pugilista ou emprestados ao memorial, todos retratando o legado de Maguila como um dos maiores pugilistas do país. As visitas ao memorial ocorrem de terça-feira a sábado, das 10h às 16h, e representam um tributo a um atleta que, em 17 anos de carreira, acumulou um cartel com 85 lutas, 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Maguila pendurou as luvas em 2000, após ser derrotado por Daniel Frank em sua última luta, em 29 de fevereiro daquele ano.