Uma franquia de documentários mudou para sempre a relação entre clubes, jogadores e torcedores. Como “All or Nothing” revolucionou o futebol nos streamings começou em 2018, quando a Amazon Prime Video lançou a temporada focada no Manchester City. O acesso inédito aos vestiários, às conversas de técnicos e à vida privada dos astros criou um padrão ouro para conteúdo esportivo original, atraindo uma audiência global e forçando uma reavaliação da estratégia de mídia dos clubes.
Qual foi o impacto da primeira temporada do Manchester City?
A temporada do Manchester City, lançada em agosto de 2018, foi um divisor de águas. Pela primeira vez, uma produtora recebeu acesso irrestrito a um dos clubes mais bem-sucedidos e fechados da Europa durante toda uma campanha vitoriosa. As câmeras capturaram desde os inspiradores discursos de Pep Guardiola no vestiário até as dúvidas e pressões dos jogadores em momentos decisivos. O público viu o lado humano por trás das máquinas atléticas.
O sucesso foi imenso, tanto de crítica quanto de audiência. A série mostrou que havia um apetite insaciável por conteúdo de bastidores que fosse bem produzido, narrativo e emocional. Ela humanizou gigantes como Kevin De Bruyne e Sergio Agüero, transformando-os em personagens com os quais os fãs podiam se identificar além dos 90 minutos de jogo. Para o City, foi um golpe de marketing magistral, ampliando sua base de fãs de forma orgânica.

Como a série transformou o marketing dos clubes de futebol?
Antes de “All or Nothing”, o conteúdo de bastidores era majoritariamente controlado pelos próprios clubes, através de canais próprios, com um tom muitas vezes promocional e superficial. A franquia da Amazon introduziu a terceirização da narrativa para uma produtora de padrão cinematográfico, com total independência editorial. Isso conferiu uma credibilidade inédita ao material produzido, que era visto como um documentário, não como um marketing.
Os clubes perceberam o valor imenso em abrir suas portas. A série se tornou uma ferramenta poderosa de construção de marca global, engajamento de fãs e geração de receita direta (pelos direitos de produção) e indireta. Ela permitiu que clubes de diferentes países, como o Tottenham Hotspur da Inglaterra e a Seleção Brasileira, contassem suas histórias em um formato premium para uma plataforma de streaming com milhões de assinantes.
Quais foram os principais desafios e críticas ao formato?
O maior desafio sempre foi o equilíbrio entre transparência e controle. Os clubes abrem mão de uma parcela significativa de sua privacidade operacional. Cenas de conflito no vestiário, como as mostradas na temporada do Tottenham com José Mourinho, ou momentos de fragilidade, podem impactar negativamente a imagem. Há um risco calculado de que a narrativa não seja totalmente favorável, mas é justamente essa autenticidade que atrai o público.
Críticos apontam que, em alguns momentos, a série pode cair em uma narrativa editada que simplifica realidades complexas ou cria dramatizações. Além disso, há o debate sobre até que ponto a presença constante das câmeras influencia o comportamento de técnicos e jogadores, tornando alguns momentos “para as câmeras”. Apesar disso, o consenso é que os benefícios de imagem e conexão superam, em muito, os potenciais inconvenientes.
Como a franquia influenciou outras ligas e esportes?
O sucesso de “All or Nothing” no futebol abriu as portas para que o modelo fosse exportado. A própria Amazon expandiu a franquia para outras modalidades, como o futebol americano, com o The Rams, e o rugby. No futebol, inspirou uma enxurrada de produções semelhantes por outras plataformas. A Netflix entrou no jogo com “Sunderland ‘Til I Die” e, mais recentemente, “Drive to Survive” (sobre a Fórmula 1), que seguiu a mesma receita de sucesso.
Isso criou um novo gênero de entretenimento esportivo: as docuseries de temporada. Plataformas de streaming como Disney+ e Apple TV+ também passaram a investir pesado em conteúdo esportivo documental. O modelo provou que histórias de bastidores, bem contadas, são um produto tão valioso e atraente quanto a transmissão dos jogos em si, especialmente para conquistar o público mais jovem e menos afeito à TV tradicional. A publicação abaixo mostra o anuncio do lançamento da sétima temporada de Drive to Survive, da Fórmula 1, postado no Instagram oficial da F1.
Qual é o legado da série para a nova geração de fãs?
Para a nova geração, acostumada a consumir conteúdo sob demanda e a buscar conexões mais profundas com os ídolos, “All or Nothing” foi uma revelação. A série democratizou o acesso ao esporte de elite. Um jovem fã no Brasil ou no Japão pode sentir-se tão próximo do dia a dia do Manchester City quanto um torcedor local. Isso alimenta uma sensação de pertencimento e intimidade que gera lealdade extrema à marca do clube.
Além disso, a franquia educou essa nova geração sobre a complexidade do esporte. Eles não veem apenas o resultado, mas entendem a pressão psicológica, o trabalho tático, os conflitos de grupo e a gestão de egos. Isso cria um fã mais informado, crítico e engajado. O futebol deixa de ser um espetáculo distante para se tornar uma narrativa contínua e imersiva, consumida episódio a episódio, assim como uma série de ficção.
O que o futuro do streaming esportivo aprende com esse caso?
“All or Nothing” demonstrou que o conteúdo de contexto é um pilar essencial para as plataformas de streaming no setor esportivo. O sucesso não se baseia apenas em adquirir direitos de transmissão, mas em criar universos narrativos ao redor das competições. O futuro aponta para uma integração maior: assistir a um jogo na plataforma e, imediatamente depois, acessar um documentário ou análise exclusiva sobre os bastidores daquela partida.
A lição final é sobre autenticidade. O público moderno rejeita o conteúdo excessivamente polido. Ele quer ver o suor, as lágrimas, as discussões e as vulnerabilidades. “All or Nothing” encontrou a fórmula para entregar isso com qualidade de cinema. A pergunta que fica para clubes e ligas é: como continuar inovando nesse formato sem perder a credibilidade que o tornou rUma franquia de documentários mudou para sempre a relação entre clubes, jogadores e torcedores. Como “All or Nothing” revolucionou o futebol nos streamings começou em 2018, quando a Amazon Prime Video lançou a temporada focada no Manchester City. O acesso inédito aos vestiários, às conversas de técnicos e à vida privada dos astros criou um padrão ouro para conteúdo esportivo original, atraindo uma audiência global e forçando uma reavaliação da estratégia de mídia dos clubes.
Qual foi o impacto da primeira temporada do Manchester City?
A temporada do Manchester City, lançada em agosto de 2018, foi um divisor de águas. Pela primeira vez, uma produtora recebeu acesso irrestrito a um dos clubes mais bem-sucedidos e fechados da Europa durante toda uma campanha vitoriosa. As câmeras capturaram desde os inspiradores discursos de Pep Guardiola no vestiário até as dúvidas e pressões dos jogadores em momentos decisivos. O público viu o lado humano por trás das máquinas atléticas.
O sucesso foi imenso, tanto de crítica quanto de audiência. A série mostrou que havia um apetite insaciável por conteúdo de bastidores que fosse bem produzido, narrativo e emocional. Ela humanizou gigantes como Kevin De Bruyne e Sergio Agüero, transformando-os em personagens com os quais os fãs podiam se identificar além dos 90 minutos de jogo. Para o City, foi um golpe de marketing magistral, ampliando sua base de fãs de forma orgânica.
Como a série transformou o marketing dos clubes de futebol?
Antes de “All or Nothing”, o conteúdo de bastidores era majoritariamente controlado pelos próprios clubes, através de canais próprios, com um tom muitas vezes promocional e superficial. A franquia da Amazon introduziu a terceirização da narrativa para uma produtora de padrão cinematográfico, com total independência editorial. Isso conferiu uma credibilidade inédita ao material produzido, que era visto como um documentário, não como um marketing.
Os clubes perceberam o valor imenso em abrir suas portas. A série se tornou uma ferramenta poderosa de construção de marca global, engajamento de fãs e geração de receita direta (pelos direitos de produção) e indireta. Ela permitiu que clubes de diferentes países, como o Tottenham Hotspur da Inglaterra e a Seleção Brasileira, contassem suas histórias em um formato premium para uma plataforma de streaming com milhões de assinantes.
Quais foram os principais desafios e críticas ao formato?
O maior desafio sempre foi o equilíbrio entre transparência e controle. Os clubes abrem mão de uma parcela significativa de sua privacidade operacional. Cenas de conflito no vestiário, como as mostradas na temporada do Tottenham com José Mourinho, ou momentos de fragilidade, podem impactar negativamente a imagem. Há um risco calculado de que a narrativa não seja totalmente favorável, mas é justamente essa autenticidade que atrai o público.
Críticos apontam que, em alguns momentos, a série pode cair em uma narrativa editada que simplifica realidades complexas ou cria dramatizações. Além disso, há o debate sobre até que ponto a presença constante das câmeras influencia o comportamento de técnicos e jogadores, tornando alguns momentos “para as câmeras”. Apesar disso, o consenso é que os benefícios de imagem e conexão superam, em muito, os potenciais inconvenientes.
Como a franquia influenciou outras ligas e esportes?
O sucesso de “All or Nothing” no futebol abriu as portas para que o modelo fosse exportado. A própria Amazon expandiu a franquia para outras modalidades, como o futebol americano, com o The Rams, e o rugby. No futebol, inspirou uma enxurrada de produções semelhantes por outras plataformas. A Netflix entrou no jogo com “Sunderland ‘Til I Die” e, mais recentemente, “Drive to Survive” (sobre a Fórmula 1), que seguiu a mesma receita de sucesso.
Isso criou um novo gênero de entretenimento esportivo: as docuseries de temporada. Plataformas de streaming como Disney+ e Apple TV+ também passaram a investir pesado em conteúdo esportivo documental. O modelo provou que histórias de bastidores, bem contadas, são um produto tão valioso e atraente quanto a transmissão dos jogos em si, especialmente para conquistar o público mais jovem e menos afeito à TV tradicional.
Qual é o legado da série para a nova geração de fãs?
Para a nova geração, acostumada a consumir conteúdo sob demanda e a buscar conexões mais profundas com os ídolos, “All or Nothing” foi uma revelação. A série democratizou o acesso ao esporte de elite. Um jovem fã no Brasil ou no Japão pode sentir-se tão próximo do dia a dia do Manchester City quanto um torcedor local. Isso alimenta uma sensação de pertencimento e intimidade que gera lealdade extrema à marca do clube.
Além disso, a franquia educou essa nova geração sobre a complexidade do esporte. Eles não veem apenas o resultado, mas entendem a pressão psicológica, o trabalho tático, os conflitos de grupo e a gestão de egos. Isso cria um fã mais informado, crítico e engajado. O futebol deixa de ser um espetáculo distante para se tornar uma narrativa contínua e imersiva, consumida episódio a episódio, assim como uma série de ficção.
O que o futuro do streaming esportivo aprende com esse caso?
“All or Nothing” demonstrou que o conteúdo de contexto é um pilar essencial para as plataformas de streaming no setor esportivo. O sucesso não se baseia apenas em adquirir direitos de transmissão, mas em criar universos narrativos ao redor das competições. O futuro aponta para uma integração maior: assistir a um jogo na plataforma e, imediatamente depois, acessar um documentário ou análise exclusiva sobre os bastidores daquela partida.
A lição final é sobre autenticidade. O público moderno rejeita o conteúdo excessivamente polido. Ele quer ver o suor, as lágrimas, as discussões e as vulnerabilidades. “All or Nothing” encontrou a fórmula para entregar isso com qualidade de cinema. A pergunta que fica para clubes e ligas é: como continuar inovando nesse formato sem perder a credibilidade que o tornou revolucionário? A resposta definirá a próxima onda de revolução nos streamings.evolucionário? A resposta definirá a próxima onda de revolução nos streamings.





