O retorno de Neymar ao Santos deveria simbolizar esperança e liderança em um momento delicado. O clube, que luta para evitar o segundo rebaixamento de sua história, precisava de um capitão capaz de inspirar e carregar o time nos ombros. No entanto, o que se viu na partida contra o Flamengo foi o oposto disso: um jogador irritado, impaciente com os companheiros e com a arbitragem e, o mais grave, alguém que abandonou o campo antes do apito final após ser substituído.
Esse comportamento não condiz com o peso da camisa que Neymar veste, muito menos com a braçadeira que carrega o “Z” de Zito, símbolo máximo de liderança, respeito e entrega ao Santos. Um verdadeiro capitão não se coloca acima do grupo; ele o protege, mesmo nos piores momentos. Ao agir como se o clube existisse para servi-lo, ignora o que o Peixe representa para o futebol mundial e para sua própria carreira.
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A passividade da diretoria, do treinador e até dos companheiros diante dessas atitudes reforça um problema ainda maior: parece que Neymar virou o dono do clube. Ninguém o confronta, ninguém impõe limites. Essa conivência enfraquece o grupo e alimenta a sensação de que há duas hierarquias: uma para Neymar, outra para o resto do elenco.
O time da Vila sobrevive há mais de um século, revelando craques e superando crises, e não será a vaidade de um ídolo que manchará essa história. Neymar precisa entender que, neste momento, sua função é ajudar, não atrapalhar. Se não for capaz de colocar o ego de lado e agir como o líder que o Santos precisa, talvez seja melhor nem terminar o ano vestindo essa camisa tão sagrada.





