A rivalidade que divide o futebol e a capital da Espanha, entre Real Madrid e Atlético de Madrid, é um dos confrontos mais intensos e simbólicos do futebol mundial. Essa disputa ultrapassa os limites do campo e representa diferenças históricas, culturais e sociais profundas que moldaram o futebol espanhol.
Este artigo busca entender por que essa rivalidade é tão marcante, como ela surgiu, quais foram seus momentos mais memoráveis e de que forma continua a influenciar o esporte e a identidade da cidade de Madri.
Como surgiu a rivalidade entre Real Madrid e Atlético de Madrid?
A origem da rivalidade remonta ao início do século XX. O Real Madrid foi fundado em 1902, enquanto o Atlético surgiu em 1903 como uma extensão do Athletic Club de Bilbao. Desde cedo, os dois clubes representavam perfis sociais distintos: o Real foi associado à monarquia e à elite, enquanto o Atlético ficou marcado como o clube da classe trabalhadora.
Com o passar do tempo, esses contrastes se acentuaram. Durante a ditadura de Franco, o Real Madrid foi visto como o clube oficialista, o que aumentou ainda mais a tensão com o Atlético. A rivalidade se consolidou como uma expressão de identidades opostas dentro da mesma cidade.

Quais são os jogos mais emblemáticos do clássico madrilenho?
Entre os jogos mais icônicos está a final da Liga dos Campeões de 2014, vencida pelo Real por 4 a 1 na prorrogação, após um gol de empate nos acréscimos. Esse resultado ficou marcado pela frustração do Atlético, que esteve a segundos de seu primeiro título europeu.
Outro momento histórico foi a final da Supercopa da Espanha em 2020, decidida nos pênaltis. Também vale lembrar as vitórias do Atlético no Santiago Bernabéu durante a era Diego Simeone, que quebraram um longo jejum e reacenderam a competitividade do confronto.
Como a diferença de perfis sociais influencia a rivalidade?
O Real Madrid é historicamente ligado à imagem de glória, poder econômico e projeção internacional. Já o Atlético representa a resiliência, a paixão popular e a tradição de lutar contra as adversidades. Esses contrastes alimentam a rivalidade dentro e fora dos estádios.
As torcidas também refletem esse antagonismo. Enquanto o Real atrai um público global e institucional, o Atlético cultiva um ambiente mais local e aguerrido. A narrativa de “clube do povo” contra “clube do poder” é uma peça-chave nessa divisão cultural em Madri.
Quais figuras ajudaram a definir essa rivalidade?
Jogadores como Raúl, Cristiano Ronaldo e Sergio Ramos foram fundamentais para a hegemonia recente do Real Madrid, com atuações decisivas em diversos clássicos. Pelo Atlético, ídolos como Fernando Torres, Diego Forlán, Diego Costa e Antoine Griezmann marcaram época.
Nos bancos, Diego Simeone se tornou um símbolo da identidade colchonera com sua postura combativa. Do lado merengue, nomes como Zinedine Zidane e Carlo Ancelotti comandaram vitórias históricas, inclusive em confrontos diretos contra o Atlético.
O que torna o clássico madrilenho tão diferente de outras rivalidades?
Ao contrário de clássicos que se baseiam apenas em rivalidades esportivas, o duelo Real x Atlético mistura fatores sociais, históricos e culturais em um contexto de disputa territorial. Ambos os clubes estão sediados na mesma cidade, o que intensifica a convivência e a tensão entre torcedores.
Além disso, essa rivalidade se projetou no cenário internacional com confrontos diretos em fases decisivas da Champions League. O clássico de Madri ganhou dimensão global, tornando-se um dos mais assistidos do mundo.
A rivalidade Real x Atlético continuará influente nas próximas gerações?
Tudo indica que sim. A estrutura de ambos os clubes e suas bases de torcedores garantem a continuidade dessa disputa. Mesmo com diferentes orçamentos e projeções internacionais, o Atlético segue competitivo e o Real continua como protagonista global.
Novas gerações de jogadores e torcedores manterão viva essa rivalidade. Enquanto houver futebol em Madri, haverá paixão, tensão e confrontos intensos entre esses dois gigantes da capital espanhola.