De férias no Brasil após o fim da temporada europeia, o atacante Raphinha, do Barcelona, participou nesta sexta-feira (27) de um evento promocional da Coristina D, em São Paulo. O jogador aproveitou para comentar a participação dos clubes brasileiros na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 e também saiu em defesa dos times europeus em meio ao debate sobre o calendário apertado.
O Mundial de Clubes 2025 conta com quatro representantes brasileiros, e Raphinha não se mostrou surpreso com o desempenho das equipes do país, que avançaram para o mata-mata com atuações sólidas.
“Eu acho que os times brasileiros têm muito potencial e muita qualidade envolvida. Então, o mérito de estar avançando nesse Mundial é deles, não é de mais ninguém. Acho que se eles estão chegando tão longe como estão chegando e ganhando jogos difíceis, ou até mesmo empatando jogos complicados, o mérito deles é porque realmente tem um trabalho que vem sendo feito, um trabalho bom e também tem qualidade”, analisou.
Para o atacante do Barcelona, o futebol é imprevisível, o que torna as campanhas ainda mais marcantes: “Quando juntam essas duas coisas não tem como não dar certo. Pode não dar certo porque o futebol é assim. Na Copa do Mundo a gente tinha 100% de certeza que a gente ganharia e na Champions a gente tinha 100% de certeza que a gente passaria para a próxima fase. E o futebol tem essas coisas, o futebol te surpreende. De repente por isso é tão emocionante”, completou.
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Raphinha defende europeus e critica falta de descanso
Apesar de elogiar os clubes brasileiros, Raphinha também abordou o desgaste físico enfrentado pelos times europeus, que entram na Copa do Mundo logo após o fim da temporada. Ele usou exemplos de colegas da Seleção Brasileira para ilustrar a falta de tempo de descanso.
“Particularmente falando, como uma pessoa que joga num time europeu, eles estariam de férias. Eu estou de férias. Um exemplo: o Marquinhos e o Beraldo, do Paris Saint-Germain, eles jogaram a final da Champions, nem comemoraram direito, viajaram para jogar com a seleção, acabou o segundo jogo e eles voltaram lá para se apresentar, para jogar o Mundial. Eles ainda não pararam”, disse.
Raphinha destacou que muitos criticam os europeus por usarem o calendário como justificativa, mas ressaltou que abrir mão das férias por obrigação é algo questionável.
“Então muita gente fala que isso é desculpa, pode até ser, ou não. Mas eu acho que a gente ter que abrir mão das nossas férias por obrigação é muito complicado porque é de direito nosso. Todo mundo está de acordo e todo mundo merece pelo menos um mês de férias, três semanas que seja. E muitos deles que estão jogando o Mundial não vão ter nem três semanas, nem um mês”, afirmou.
PSG pode passar de 60 jogos na temporada
O atacante também lembrou a maratona de partidas que equipes como o PSG enfrentam ao longo da temporada: “Por exemplo, se o Paris chegar na final desse Mundial, eles têm acho que a Supercopa já antes de começar a temporada, então não para, sabe? Então muita gente fala ‘ah, os times europeus estão com desculpa’. Isso depende do ponto de vista. No meu ponto de vista, é muito ruim abrir mão das minhas férias para jogar algo que tu é obrigado, porque em nenhum momento perguntaram para os jogadores se queriam, e a gente acata ordens, a gente tem que estar lá jogando”, completou.