O UFC 317 promete ser decisivo para o Brasil neste sábado (28), na T-Mobile Arena, em Las Vegas (EUA). Campeão peso mosca, Alexandre Pantoja busca defender seu título pela quarta vez e torce para que Charles Oliveira, o Charles do Bronx, recupere o cinturão dos leves, concretizando uma esperada dobradinha brasileira no octógono.
Focado na luta co-principal do evento, Pantoja enfrenta o neozelandês Kai Kara-France, em uma revanche simbólica: os dois se encontraram no TUF em 2016, com vitória do brasileiro. Em entrevista ao UOL, o lutador explicou o peso emocional da preparação:
“Lutar é uma coisa muito louca. A gente se prepara o ano todo para lutar duas, três vezes. Então, é sempre um momento muito marcante. Quando a minha luta é marcada, parece que não existe mundo para mim, não existe ainda dia 29 de junho”, declarou.
“Para mim, o mundo só vai até dia 28 de junho porque a coisa mais importante que eu tenho para fazer é vencer essa luta. Eu estou vivendo até lá. Vou buscar essa vitória com tudo que eu posso e a minha vida vai voltar ao normal a partir dali. Eu falo que não me sinto campeão mundial, eu vou ter oportunidade de mostrar para o mundo inteiro que eu sou o campeão mundial”, completou.
O atleta de 35 anos defende o título que conquistou em julho de 2023, quando derrotou Brandon Moreno. Desde então, acumulou três defesas de cinturão bem-sucedidas — superando Brandon Royval, Steve Erceg e Kai Asakura.
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Sonho de arena lotada e legado de Pantoja no UFC
Natural de Niterói (RJ), Pantoja chega à 17ª luta no UFC em um momento de maturidade, mas mantém o encanto pela carreira. Ele celebrou o reconhecimento do público: “Quem diria que eu ia chegar até aqui?”, comentou, em tom nostálgico.
“Eu percorri um caminho muito longo pra chegar até aqui e ter a oportunidade de fazer o que eu amo para o UFC, o maior evento de lutas do mundo, com 20 mil pessoas me assistindo ali na arena e outras milhares pela televisão. Antes, eu chegava e não tinha quase ninguém. Hoje em dia eu luto com a arena lotada.”
Para o campeão, subir ao octógono diante de uma multidão faz parte do sonho realizado. Segundo ele, cada defesa de título carrega não apenas a responsabilidade esportiva, mas o compromisso de representar o Brasil.
O peso de um card com oito brasileiros
O UFC 317 também terá outros sete brasileiros em ação, incluindo Charles Oliveira, que disputa o cinturão vago dos leves contra o invicto Ilia Topuria. Ex-campeão da categoria entre 2021 e 2022, Charles tenta recuperar o título que perdeu para Islam Makhachev, hoje fora da divisão.
Pantoja celebrou a chance de dividir o evento com tantos compatriotas: “Eu me sinto muito feliz e honrado de fazer parte desse UFC que vai ser muito importante para o Brasil. A gente tem diversos nomes e a oportunidade de sair com dois cinturões mundiais. Vai ser uma grande noite para o Brasil e a gente está fazendo de tudo para que isso aconteça.”
Brasil busca encerrar escrita ruim no UFC 2025
O card é uma oportunidade para os brasileiros virarem a página de um início de ano difícil. Em 2025, todos os sete atletas do país que fizeram lutas principais acabaram derrotados — casos de Gilbert Durinho Burns, Deiveson Figueiredo, Renan Prates, Diego Lopes, Alex Poatan, Gregory Rodrigues e Renato Moicano. Já Mackenzie Dern e Amanda Ribas abriram a temporada em um duelo entre brasileiras.