Cuca é o mais novo técnico do Atlético-MG. O comandante foi apresentado em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 13. Esta é a quarta passagem do treinador pelo clube de Belo Horizonte, que já havia retornado aos trabalhos na última quinta-feira, 9, no dia da reapresentação do elenco.
Mais uma vez, Cuca retomou o caso de estupro coletivo no qual esteve envolvido em 1987, quando o Grêmio fazia uma excursão pela Europa. À época, ele e outros três atletas foram detidos pelas alegações de abuso sexual de uma menor. O sêmen dele havia sido encontrado no exame de corpo de delito.
“Demorei muito tempo para falar daquele tema, e hoje eu abro falando dele. Eu demorei a ver meus defeitos. Eu tentava falar do Cuca, e a sociedade queria saber da causa, do que eu como homem podia fazer”, iniciou o comandante. Cuca, segundo o próprio, tem buscado evoluir como pessoa desde o ocorrido.
Cuca em sua apresentação no Atlético-MG:
“Busco um mundo mais justo para todos nós. A gente vive em um mundo machista. O futebol ainda é um mundo machista. Mas já foi pior. Muito pior. Eu vi o quanto evoluiu o futebol feminino, coisa que eu não via antes. Vi o quanto as meninas… pic.twitter.com/GyzgKQkRFw
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) January 13, 2025
“Tenho trabalhado incessantemente para ser uma pessoa melhor, entender o tema, não só pelo Cuca, pelas minhas filhas, minha mãe, mas pelo respeito que as mulheres merecem. Estou aliado a isso. Tenho participado de palestras, onde conseguimos reunir meninas e meninos e discutir o tema de peito aberto”.
Cuca no comando do Atlético-MG
Em relação ao futebol, o técnico admitiu estar embasbacado com o mercado e comparou o período atual à época em que esteve no São Paulo, há mais de duas décadas: “Em 2004, eu fui contratado pelo São Paulo, e eu consegui levar uma base toda do Goiás para o São Paulo. O Fabão não era o Fabão, o Grafitte não era o Grafitte. Mas você não encontra mais esse tipo de jogadores, e, se encontrar, os preços são absurdos”.
Apesar da realidade complexa, o comandante afirmou: “Fiquei perplexo de participar das coisas com o Victor [Bagy] (diretor de futebol do Galo). Temos que ser criativos para buscar, dentro da responsabilidade, jogadores. Buscamos dois atacantes e outras posições. Acabaram saindo oito jogadores. Temos que recompor, para ficar com uma base forte também”.