O Brasil continua sua jornada paralímpica em Paris e, na tarde de atletismo, nesta sexta-feira (30), nossos representantes não brincaram em serviço e rechearam ainda mais o quadro de medalhas verde e amarelo.
O paraibano Petrúcio Ferreira, de 27 anos, reafirmou seu domínio no atletismo paralímpico ao conquistar o tricampeonato nos 100 metros na classe T47 (deficiência nos membros superiores) no Estádio Olímpico de Paris. Com uma prova de superação, Petrúcio cruzou a linha de chegada em 10s68, seu melhor tempo na temporada.
“É muita emoção. Estar vivendo tudo isso. Estou muito grato por tudo e por todos. Petrúcio está aí conquistando o mundo”, declarou o atleta ao Sportv, emocionado com mais uma vitória que consolida seu nome na história do esporte paralímpico.
A trajetória de Petrúcio é marcada por superações desde a infância. Aos dois anos, ele perdeu parte do braço esquerdo em um acidente com uma máquina de moer capim. Mesmo assim, sua paixão pelo esporte e a velocidade natural que demonstrava no futsal chamaram a atenção de treinadores, que o levaram ao atletismo.
É OURO TODA HORAAAAAAAAAAAAAAAA!!! SÓ DÁ BRASIL! 🥇🇧🇷🥇🇧🇷🥇🇧🇷🥇🇧🇷
PETRUCIO FERREIRA É OUROOOOO NOS 100M DA CATEGORIA T47!!! Sensacional! #ParalimpíadasNoGe #Paris2024 #JogosParalímpicos pic.twitter.com/Cgjm4ahFI6
— ge (@geglobo) August 30, 2024
Pouco antes da vitória de Petrúcio, outro brasileiro também brilhou nas pistas de Paris. Ricardo Gomes de Mendonça, de 34 anos, conquistou seu primeiro ouro paralímpico nos 100 metros da classe T37, completando a prova em 11s07. O fluminense já havia levado um bronze em Tóquio 2020, mas desta vez subiu ao lugar mais alto do pódio.
“O Brasil veio para mostrar que Paris vai virar baile”, celebrou Ricardo ao Sportv, refletindo a confiança e o orgulho dos atletas brasileiros. “Depois de um acidente que mudou minha vida, sou campeão paralímpico”, completou, antes de se unir a Petrúcio na pista para comemorar a vitória de ambos com uma dança no Stade de France.
Ricardo começou no esporte paralímpico em 2019, após um acidente em 2014 que deixou sequelas no braço e na perna direitos. Em 2021, ele passou a treinar no CT Paralímpico, em São Paulo. A classe T37, na qual competiu, é destinada a atletas com transtornos de movimento e falta de coordenação motora de grau moderado em um dos lados do corpo.
Além dos ouros de Petrúcio e Ricardo, o Brasil também teve boas atuações na prova dos 100 metros T37, com Christian Gabriel Luiz alcançando a quarta posição e Edson Cavalcante ficando em quinto.
É OURO! É OURO! É OUROOOOOOOOOOOO! 🥇🇧🇷 🥇🇧🇷 🥇🇧🇷 🥇🇧🇷 🥇🇧🇷
Ricardo Gomes de Mendonça confirma favoritismo e leva a medalha nos 100m F37! #ParalimpíadasNoGe #Paris2024 #JogosParalímpicos pic.twitter.com/tli8CeiKni
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Mais cedo, ouro e recorde mundial
Julio Cesar brilhou na pista ao dominar a prova dos 5000m da classe T11 e conquistar o título paralímpico com uma atuação impressionante. O atleta manteve a liderança durante quase toda a corrida e cruzou a linha de chegada com um tempo histórico de 14min48s85, estabelecendo um novo recorde mundial. O Brasil ainda comemorou uma dobradinha no pódio, com Yeltsin Jacques levando a medalha de bronze.
Desde o início da prova, Julio demonstrou excelente preparo físico e estratégia. Começando em um ritmo mais controlado, ele rapidamente acelerou e assumiu a liderança. A três voltas do final, Julio já tinha ampliado consideravelmente sua vantagem, mantendo um ritmo forte e constante até o fim. Com o tempo de 14min48s85, ele superou o recorde mundial que pertencia ao próprio Yeltsin Jacques, que terminou em terceiro lugar.
“Obrigado a todos pelo carinho. Para mim, é uma emoção muito grande. Isso mostra o poder que a gente que saiu da periferia tem. Quando comecei a correr, só tinha um campinho de futebol e a minha determinação”, declarou Julio emocionado após a vitória.
🚨VEJA: Julio Cesar conquista primeiro ouro do atletismo nas Paralimpíadas de Paris e bate recorde mundial. pic.twitter.com/ykQQT31Bll
— CHOQUEI (@choquei) August 30, 2024
