A popularidade dos lutadores brasileiros do UFC nas redes sociais varia muito mais do que suas categorias no octógono sugerem. Um levantamento da plataforma de dados esportivos “Stake“, feito a partir de dados de seguidores, engajamento e estimativa de perfis falsos, analisou a presença digital de todos os lutadores no ranking da organização e mostrou quem concentra as bases mais fiéis.
Os dados foram coletados da Modash até 24 de novembro de 2025. Dos 176 lutadores, 41 são brasileiros. A metodologia considerou três fatores: total de seguidores, taxa de engajamento e o percentual de contas falsas. Perfis inativos, bots e contas sem atividade orgânica foram identificados para estimar o volume de “fake followers“, permitindo mapear a qualidade real da audiência de cada atleta.
Entre os brasileiros, Charles Oliveira segue como o maior nome em números absolutos, com 8,9 milhões de seguidores e uma taxa relativamente baixa de perfis falsos (17,75%). A popularidade de Charles cresceu de forma consistente ao longo dos últimos anos, especialmente após a conquista do cinturão dos leves e as lutas de alto apelo contra Islam Makhachev e Dustin Poirier.
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Mais dados sobre os brasileiros no UFC
Já Alex Pereira, atual campeão dos meio-pesados, apresenta um conjunto de métricas mais equilibrado: 7,7 milhões de seguidores, 20,67% de contas falsas e um engajamento forte (1,53%). O histórico de nocautes icônicos, a trajetória vinda do kickboxing e a rápida ascensão ao topo do UFC consolidaram Poatan como um dos brasileiros com audiência global mais ativa e orgânica.
Se o topo é dominado por estrelas consolidadas, o meio da tabela revela contrastes marcantes. No grupo feminino, o caso mais extremo é o de Amanda Ribas, que apresenta 61,59% de seguidores falsos, uma das taxas mais altas de toda a amostra, brasileira ou estrangeira. Apesar dos 2,1 milhões de seguidores, sua taxa de engajamento é muito baixa (0,03%), sugerindo uma audiência inflada e pouco ativa.
Bem diferente da campeã Mackenzie Dern, que mantém 1,8 milhão de seguidores, mas com um equilíbrio melhor entre público real (27,41% de falsos) e engajamento de 1,81%. Entre os homens, o campeão dos moscas Alexandre Pantoja, que se prepara para mais uma defesa de cinturão, aparece com números sólidos: 639 mil seguidores, 26,8% de perfis falsos e engajamento de 0,91%.

Nos emergentes, quem mais chama atenção é Mauricio Ruffy: apenas 15,8% de seguidores falsos, quase 600 mil seguidores e engajamento alto (2,47%). O desempenho reforça sua ascensão recente dentro do UFC e seu apelo crescente junto ao público brasileiro. Outro nome em forte tendência é Diego Lopes, com 911 mil seguidores e uma das combinações mais saudáveis da lista: 20,7% de falsos e engajamento de 2,26%.
Enquanto isso, pesos-pesados como Valter Walker, com somente 12,4% de seguidores falsos e engajamento de 4,21%, mostram que bases pequenas podem ser muito mais fiéis do que as audiências gigantescas. No mesmo grupo, Jailton Almeida tem um equilíbrio semelhante, com apenas 15,21% de falsos e números estáveis.
Quando se compara esse comportamento com o de lutadores estrangeiros, o destaque dos pequenos perfis com bases fiéis fica ainda mais evidente. Enquanto vários brasileiros apresentam porcentagens moderadas de seguidores falsos, a média revela casos mais extremos: lutadores como Giga Chikadze (80,82% de seguidores falsos), Sergei Pavlovich (56,47%) e Ilia Topuria (53,13%) lideram entre as maiores distorções do UFC.
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Por outro lado, atletas brasileiros consistentemente apresentam taxas de engajamento mais altas que muitos estrangeiros da elite. Enquanto campeões globais como Israel Adesanya e Justin Gaethje não passam de 0,5% de engajamento, brasileiros como Ruffy, Caio Borralho, Valter Walker e Iasmin Lucindo operam acima de 2%, demonstrando conexão real com seus nichos.
Para a Stake, responsável pelo estudo, o ponto central é que números brutos não contam a história completa. “Seguidores falsos criam a ilusão de alcance, mas não geram conexão real, impacto comercial ou influência duradoura. O que importa para marcas e patrocinadores é autenticidade: atletas que conversem com seus públicos e movimentem suas comunidades, independentemente do tamanho”, afirma a empresa.
O levantamento reforça uma tendência importante: no UFC, popularidade digital não depende apenas de vitórias, mas de trajetória, momento de carreira e da capacidade de criar identificação fora do octógono e nem sempre o atleta mais seguido é o mais influente. Para patrocinadores, a métrica decisiva não é o tamanho da base, mas a qualidade e o comportamento dela.





