Foi numa manhã de domingo, dessas em que o Brasil ainda desperta preguiçoso, que João Fonseca fez o país levantar do sofá, abrir um sorriso largo e, por alguns instantes, acreditar de novo. O jovem carioca de 19 anos conquistou o título do ATP da Basileia, vencendo o espanhol Alejandro Davidovich Fokina, e reacendeu algo que andava adormecido no coração do torcedor brasileiro: a emoção genuína de ver um brasileiro brilhar nas quadras do mundo.
Não se trata de comparar gerações ou de colocar rótulos como “novo Guga”, e nem é preciso. O que João trouxe, na final, foi o mesmo tipo de sentimento que o esporte é capaz de despertar quando toca em algo mais profundo do que a razão. Era suor, talento, alegria e uma coragem quase inocente, dessas que só quem ainda acredita no impossível consegue demonstrar.
Cada ponto disputado, cada bola salvadora, cada grito de comemoração parecia carregar a esperança de um país inteiro. E quando a bola final tocou na rede, confirmando o título, não foi só João que caiu de joelhos na quadra: foi o Brasil que se ajoelhou junto, emocionado, tomado por um orgulho que há tempos não sentia no tênis.
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Há vitórias que valem mais do que troféus, e essa foi uma delas. Porque, além do feito esportivo, o que João Fonseca nos devolveu foi o prazer de acreditar no amanhã, de ver que o talento brasileiro continua vivo, pulsante, vibrante. Ele nos fez lembrar por que o esporte é tão poderoso: porque, em dias assim, ele nos faz sentir parte de algo maior.
Num domingo comum, o tênis brasileiro ganhou um novo capítulo. E o país, entre cafés e aplausos, voltou a sonhar. João Fonseca, com raquete e coração, nos devolveu o direito de sonhar acordados.





