Em uma medida histórica para o tênis feminino, a Associação de Tênis Feminino (WTA) anunciou a implementação da licença-maternidade remunerada para suas jogadoras. Mais de 320 atletas serão elegíveis para até 12 meses de afastamento com pagamento garantido, além de subsídios para tratamentos de fertilidade.
Para se qualificar ao benefício, as jogadoras precisarão disputar um número mínimo de torneios da WTA dentro de um período determinado. O programa será totalmente financiado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), parceiro global do circuito da WTA.
A iniciativa representa um avanço significativo para as tenistas que desejam conciliar a carreira profissional com a maternidade. A ex-número um do mundo, Victoria Azarenka, que deu à luz seu filho Leo em 2016, já havia destacado a importância dessa mudança. Em entrevista à BBC, a bielorrussa afirmou que a introdução do pagamento por licença-maternidade seria uma “grande vitória para as mulheres em geral”.
A tetracampeã de Grand Slam Naomi Osaka também celebrou a novidade, classificando a medida como “transformadora”.
“Equilibrar as exigências físicas e emocionais de uma carreira profissional no tênis com os desafios da maternidade e da vida familiar pode ser difícil”, destacou Portia Archer, CEO da WTA. “Essa iniciativa dará às jogadoras atuais e futuras o apoio e a flexibilidade para explorarem a vida familiar, da forma que escolherem.”
Introducing the new PIF WTA Maternity Fund 💚
Introducing the new PIF WTA Maternity Fund. As a groundbreaking initiative, the PIF WTA Maternity Fund will provide eligible WTA players with comprehensive maternity benefits and fertility treatments to start or expand their… pic.twitter.com/T98himxIL4
— wta (@WTA) March 6, 2025
Retorno ao circuito da WTA após a maternidade
A WTA já havia promovido mudanças em suas regras antes da temporada de 2019 para facilitar o retorno das jogadoras após a maternidade. Atualmente, as atletas podem utilizar seu ranking anterior para disputar até 12 torneios ao longo de três anos após o nascimento do filho.
Além disso, desde 2019, jogadoras com um ranking especial alto o suficiente para serem cabeças de chave têm a garantia de não enfrentarem outra cabeça de chave na primeira rodada de seus primeiros oito torneios. O objetivo da regra é evitar confrontos precoces entre as melhores tenistas do mundo, garantindo que enfrentem adversárias de ranking inferior nas fases iniciais das competições.
A WTA informou que, desde a implementação do ranking especial, 50 jogadoras já se beneficiaram da medida. Entre os exemplos recentes, Petra Kvitova e Belinda Bencic retornaram às quadras nos últimos meses após darem à luz.
O circuito feminino também oferece suporte integral às atletas por meio de uma equipe de saúde e um grupo de apoio, que inclui avaliações físicas, assistência psicológica e um plano de retorno gradual às competições para mães e jogadoras grávidas.