Com o encerramento próximo da temporada de tênis, o ano de 2024 teve surpresas, mas contou com nomes já conhecidos no topo dos rankings por muito tempo. Jannik Sinner, destaque absoluto na chave masculina, venceu Australian Open e US Open, superou os adversários mais fortes e assumiu a liderança da ATP. Na WTA, Iga Swiatek, apesar de fechar o ano em 2º, liderou até outubro.
Além dos postos de número 1 do mundo, os dois tiveram outro assunto muito particular em comum: o doping. Ambos os atletas, quando lideravam os rankings mundiais, tiveram exames antidoping positivados. Com punições consideradas brandas e justificativas parecidas, os tenistas seguiram suas vidas e se mantiveram entre as estrelas do esporte. Veja como foram os casos abaixo.
Como foi o caso de Sinner?
Em coleta realizada em março de 2024, Jannik Sinner testou positivo para clostebol, uma substância esteroide anabolizante proibida. Na época do teste, o italiano ainda não era o número 1 do ranking mundial, mas quando o resultado foi divulgado, sim. Após o indício oficial, o tenista alegou ter ingerido a substância de forma acidental e a versão foi aceita pela Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA).
Dessa forma, Sinner não foi punido com nenhum tipo de suspensão. Na época, teve 400 pontos descontados no ranking da ATP, que não alterou sua liderança. Além disso, o número 1 teve que abdicar da premiação conquistada no Masters 1000 de Indian Wells. A contaminação supostamente aconteceu em tratamento de ferida na pele, em que um fisioterapeuta utilizou um spray com clostebol.
Posteriormente, o profissional em questão, Giacomo Naldi, foi demitido e deu uma entrevista que abriu as possibilidades para outras interpretações. “Sinto muito. Eu queria poder contar tudo o que aconteceu, mas não posso falar porque o caso não terminou ainda, infelizmente. Espero que, cedo ou tarde, possa contar o que aconteceu para oferecer um pouco de luz, porque as interpretações atuais me deixam como único culpado, mas não é assim”, disse ao site italiano ‘Leggo’.
Como foi o caso de Swiatek?
Nesta quinta-feira, 28, a ITIA divulgou que entre os dias 22 de setembro e 4 de outubro, Iga Swiatek estava cumprindo período de suspensão por doping. A polonesa, que soma mais de 100 semanas como número 1 do mundo, teve teste positivo para o uso de trimetazidina, uma substância proibida no tênis.
Assim como Sinner, Swiatek alegou que a contaminação aconteceu de forma não proposital, por conta do uso de melatonina, um medicamento recomendado para melhorar o sono dos atletas. A versão da tenista foi aceita pela ITIA, que propôs a curta suspensão, que só foi divulgada após o encerramento do circuito mundial, e a abdicação do prêmio monetário do WTA de Cincinnati.
A repercussão dos casos
Os dois casos levantaram muitas dúvidas e até suspeitas sobre um suposto tratamento diferenciado por serem os atuais melhores jogadores de suas categorias. No caso de Swiatek, como a divulgação foi mais recente, a publicação ainda não teve muita repercussão. E também não foi assunto de coletivas de imprensas de adversárias, algo que já aconteceu na realidade de Jannik Sinner.
Após o resultado divulgado e a absolvição por parte da ITIA, o tema repercutiu e alguns dos principais tenistas da atualidade falaram sobre o assunto. Novak Djokovic foi um deles e afirmou que o sistema do tênis é falho. “Acredito que até quem não acompanha o nosso esporte está percebendo essas inconsistências, muitas partes políticas envolvidas. Esse caso não está ajudando o nosso esporte”, disse o sérvio.